Montijo apoia aeroporto na base aérea com nova ligação à ponte Vasco da Gama
Montijo apoia aeroporto na base aérea com nova ligação à ponte Vasco da Gama Repórter: A solução para reforçar a capacidade do aeroporto de Lisboa poderá passar por aproveitar parte da base aérea do Montijo. A abertura da base n.6 à aviação civil é uma alternativa a Sintra e a Alverca e já foi admitida pela tutela. O presidente da autarquia, o socialista Nuno Canta, adiantou a entrevista a agência Lusa como pode funcionar esta extensão da Portela.
Nuno Canta (Presidente da Câmara do Montijo): O Montijo assume claramente a defesa do Montijo como infraestrutura, hã..., digamos, capaz de acolher este, esta extensão. Porque já também não é a Portela mais um, mas é uma extensão para, do aeroporto da Portela. No fundo, o que vai acontecer, e pelo menos é o que temos tido informação é claramente uma situação que tem a ver com hã... uma uma expansão da Portela em que o aeroporto da Portela passa a funcionar com duas pistas de de de funcionamento uma na margem norte outra na margem sul.
Repórter: Numa área com mil hectares existem duas pistas com cerca de 2440 metros de cumprimento e 46 metros de largura. Admite-se que para o uso civil seja prolongada e repavimentada uma das pistas e construídas instalações aeroportuárias. A Ponte Vasco da Gama tem um papel essencial nesta possível solução assim como os catamarans da Transtejo que ligam o Montijo ao Terreiro do Paço. Mas há investimentos que terão de ser feitos para dotar a base aérea de condições para receber aviões civis.
Nuno Canta: Exige uma serie de infraestruturas viárias, isto é, pelo menos a conclusão de algumas que já tínhamos programado, e que são essenciais, nomeadamente a a chamada circular externa da cidade tem que ser concluída. Essencialmente a questão da ligação à Ponte Vasco da Gama, duma nova ligação à Vasco da Gama. Também muito reclamada pelos nos municípios já há muitos anos. Mas que, e que também temos uma série de propostas, até negociadas com, negociadas isto é vistas e também trabalhadas com a Lusoponte melhor dizendo. Depois temos aqui algumas infraestruturas de ligação desta, destes dois hm…, destes dois eixos viários ao centro da cidade de modo a que a cidade também possa permitir uma circulação mais capaz.
Repórter: Novas infraestruturas trazem gente, crescimento económico e emprego acredita Nuno Canta que apontou benefícios também para os municípios da Moita, Barreiro e Alcochete até no setor do turismo. Quanto aos danos ambientais eles existem, mas há como geri-los.
Nuno Canta: Os impactos existem, agora eu penso é que nós hoje em dia com a ciência e também com todo o conhecimento acumulado por parte de investimentos deste tipo em zonas até mais sensíveis que esta, hm… verifica-se efetivamente hoje em dia é possível fazer uma gestão eficaz, hm de digamos assim dos danos colaterais no ambiente.
Repórter: Para já na base aérea n.6 operam aeronaves de transporte, vigilância, busca e salvamento. Operações ruidosas, mas apenas pontuais longe do barulho constante das aterragens e descolagens que, no entanto, não assustam os habitantes que a Lusa ouviu. No Samoco, às portas da base, já no conselho de Alcochete, a maioria troca de bom grado um sossego que ainda tem por mais comércio imobiliário e sobretudo o que isso significa, a promessa de mais postos de trabalho.
Rute Marques (comerciante): Faz barulho e as casas estremecem um bocado, mas o pessoal daqui que vive aqui desde que nasceu, está habituado a essas coisas, portanto funcionava assim. Ia trazer pra cá muito mais gente, ia trazer outras habilidades, muitos mais postos de trabalho.
Mário Guerreiro (Morador): Por acaso convinha até vir pr'aqui, convinha pois. Pois para venderem terrenos e casas. Enfim a vida era outra.
Miguel Santos (Morador): Num vejo grande benefício nesse aspeto. Alcochete talvez porque tem muito sítio para onde crescer, o Montijo também, mas aqui nós propriamente dito teríamos mais a sofrer com o barulho e com estes aviões a voar aqui constantemente como já se vê atualmente com os testes que andam a fazer.
Vanessa Santos (Moradora): Não eu acho que as pessoas estão habituadas. Olhe para quem tem Karaokes aqui durante a noite também não deve fazer diferença um avião.
Maria Dolorosa (Comerciante): E acho que até pra' nós no comércio, acho que sim que traz mais freguesia, mais pessoas a comprarem coisas aqui e…
Repórter: Resta esperar pelo fim das negociações do governo com a Força Aérea e com a ANA a empresa que gera os aeroportos de Portugal, o que segundo fonte do Ministério da Economia deverá acontecer no início de setembro.