Oi, amor.
O que é que foi?
Nada.
Aconteceu alguma coisa?
Você está me traindo.
O que é isso, Henrique?! Claro que não!
-Eu amo você. -Você está sim.
Quem que te falou isso?
-Meu subconsciente. -Quem?
-Eu tive um sonho, tá, Karina? -Foi com o padeiro de novo?
Não. Com o marceneiro.
Henrique, eu não conheço nenhum marceneiro.
Olha lá, você falava isso no sonho.
Olha lá, lá vem você com suas palhaçadas de novo.
Olha só, vamos sentar e comer?
Eu não quero.
Ele beijava melhor que eu, né?
Quem?
Você sabe, Karina.
O morenão com a tattoo do Dollynho.
Amor, não tem ninguém.
Eu sabia. Eu sabia. Eu sabia.
-Eu sabia. -O que que você está fazendo?
-Eu sabia. -Desce daí, as pessoas estão...
Fica quieto, fica. Olha só, as pessoas estão olhando.
Fica quieto. Eu não estou te traindo.
Eu vi vocês de mãozinha dada na montanha-russa do seu Onofre.
Eu tenho medo de montanha-russa, Henrique.
Quem é Onofre?
Eu também não sei.
Olha só...
Amor!
Você é o meu bebezinho do rock, lembra?
Ninguém beija melhor que você.
É? Que o bebezinho do rock?
Não tem padeiro, nem marceneiro, nem "alfaiateiro", nem nada.
Só tem você.
Eu amo você.
Eu amo você também, meu chuchu.
Desculpa, tá? Eu exagerei um pouquinho.
-Então, vamos sentar? -Vamos.
Hein, meu pinguinzinho? Vamos sentar?
-Vamos. Vamos sentar? -Vamos. Ai meu pinguinzinho.
Tá, a gente pode pedir. O que você quer?
-Um camarãozinho. -Olá.
-Já escolheram? -Não, a gente está decidindo ainda.
-Então podem ficar à vontade, tá? -Obrigada, seu...
Onofre, milha filha.
Eu sabia!
Ele é garçom! Não tem montanha-russa!
Montanha-russa de emoções, Karina! Montanha-russa de emoções!
Ai, tchau, Henrique.