Eu e a Brisa (Johnny Alf), O ARRANJO #39 (English subtitles)
Era a noite do dia 30 de setembro de 1967, no Teatro Record Centro, 2 mil pessoas estavam lá para assistir a primeira eliminatória do 3o Festival da TV Record
Duas mil pessoas no teatro e centenas de milhares acompanhando pela televisão aquele que é considerado o melhor festival de todos os tempos
É o festival de Ponteio, Roda Viva, e é a primeira vez que o tropicalismo aparece, com Domingo no Parque e Alegria, Alegria
Mas antes do público entrar, durante os ensaios, de tarde, aconteceu uma cena inédita em festivais e que nunca mais se repetiu
Uma canção foi aplaudida de pé por todos os músicos, cantores e toda a equipe técnica presente no teatro - e isso no ensaio!
Eles tinham acabado de ouvir, em primeira mão, uma das músicas brasileiras mais bonitas de todos os tempos, Eu e a Brisa, de Johnny Alf
Eu sou Flávio Mendes, músico e arranjador, esse é O ARRANJO, seja bem vindo
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Eu e a Brisa é o maior sucesso de Johnny Alf, a música que, a partir de 1967, ele nunca poderia deixar de tocar nos seus shows
A música foi defendida no Festival da TV Record, como se dizia na época, pela cantora Marcia
Marcia é uma cantora paulista marcada por dois grandes sucessos na carreira, Eu e a Brisa e Ronda, de Paulo Vanzolini
É a versão de Eu e a brisa, do Festival da TV, que eu vou analisar, com arranjo de José Briamonte, e que depois fez parte do primeiro LP da Marcia, chamado Eu e a Brisa
UM POUCO DE HISTÓRIA
Johnny Alf é o gênio precursor da bossa nova, o ídolo de todos, de Tom Jobim, de João Gilberto, Carlos Lyra, Roberto Menescal
Nascido em Vila Isabel, Alf começou a sua carreira tocando nas boates de Copacabana no começo dos anos 50
Entre 54 e 55 ele trabalhou no bar do hotel Plaza, um lugar bem pequeno e que não costumava receber grande público, mas era uma audiência qualificada
Eram músicos e cantores que já admiravam Johnny Alf e iam lá pra ouvi-lo tocar e cantar, artistas como Dolores Duran,
Dick Farney, Lúcio Alves, e jovens que nem tinham idade pra entrar em boates, como Luizinho Eça e Sylvinha Telles
O repertório tinha jazz, ou algum samba-canção moderno de Custódio Mesquita, e também as suas próprias composições,
que depois virariam alguns de seus clássicos como Rapaz de bem, Céu e Mar e O que é amar
Todas essas músicas são hoje conhecidas como "irmãs mais velhas da bossa nova", como escreveu Ruy Castro no seu livro Chega de Saudade
"Eles se identificaram com o som que eu fazia, eram todos jovens ainda
Então eles iam lá me ouvir, achavam que o som que eu fazia tinha algo a ver com o que eles gostavam"
Mas em abril de 1955 ele recebeu um convite e foi trabalhar em São Paulo, inaugurando a boate Baiúca
São Paulo e Rio de Janeiro eram naquela época muito distantes, mundos diferentes, e Johnny Alf não estava no Rio quando a bossa nova estourou, no fim dos anos 1950
Chegou a ser convidado para o show "A noite do amor, do sorriso e da flor",
o primeiro grande evento da bossa nova, com participação do Tom Jobim e do João Gilberto
Era 1960, Alf estava só há 5 anos fora do Rio, mas foi nesse intervalo de tempo que aconteceu a revolução bossa nova, e ele tinha ficado pra trás
Ronaldo Bôscoli o apresentou pra plateia jovem de forma bem didática
"Os verdadeiros entendidos na história da bossa nova não poderão estar esquecidos deste nome
Faz dez anos que ele toca música bossa nova e por isso muitas vezes foi chamado de vigarista e de maluco
Atualmente ele está em São Paulo, aliás, estava: numa gentileza do jornal Útima Hora, conseguimos a passagem pra trazer para vocês, Johnny Alf!"
É um lugar comum considerar Johnny Alf um injustiçado, que inventou a bossa nova e foi passado pra trás, um coitado
O jornalista João Carlos Rodrigues, amigo de Alf nos últimos 20 anos de vida dele, escreveu um livro chamado Johnny Alf - Duas ou três coisas que você não sabe
Nesse livro ele desconstrói essa tese
Afirma que Alf "era um intelectual, e controlou todas as fases de seu destino, só fez o que quis, e nunca reclamou das consequências, algumas bem pouco agradáveis"
Claro, não dá pra entender o artista Johnny Alf sem levar em conta a história dele: era negro, homossexual e muito tímido
Ficou órfão de pai muito cedo e foi adotado pela patroa da casa em que sua mãe trabalhava como lavadeira, e recebeu dessa família a formação musical e intelectual
Mas a família não queria vê-lo trabalhando com música, arrumaram um emprego de contador, que ele largou,
e largou também a família, abandonou a família, pra se dedicar à música
A decisão de se mudar para São Paulo era, em parte, uma forma de tentar se livrar desse trauma familiar
E foi muito bem recebido em São Paulo, ele já era uma espécie de lenda, e tocou em muitas boates no centro da cidade
Em uma delas, a boate Cave, na rua da Consolação, aconteceu um episódio que ficaria muito conhecido, ou seria uma espécie de lenda muito contada e repetida
O poeta Vinicius de Moraes, de passagem por São Paulo, entrou na boate e logo reconheceu Johnny Alf tocando
Incomodado com a algazarra e barulho dos frequentadores, Vinicius teria se aproximado do piano e dito, em alto e bom som,
"Meu irmãozinho, pegue a sua malinha e se mande pro Rio, São Paulo é o túmulo do samba!"
Parceiro de Adoniran Barbosa, o poetinha se arrependeu publicamente do que tinha dito,
mas a frase foi repetida por anos, e demorou muito tempo para Vinicius ser perdoado pelos paulistas
Johnny Alf acabou retornando mesmo pro Rio no começo dos anos 60, mas por um outro motivo: um pianista,
invejoso do sucesso dele, descobriu que Alf não tinha todos os documentos necessários da Ordem dos Músicos pra trabalhar,
e ele teve que voltar pro Rio para resolver as pendências
A cidade que ele reencontrou tinha muitas novidades, a principal delas era uma travessa sem saída na Rua Duvivier,
em Copacabana, conhecida com Beco das Garrafas
Ali ficavam 4 boates pequenas, e em cada uma cabiam mais ou menos 60 pessoas: Little Club, Baccará, Bottles e Ma Griffe - essa última dedicada à prostituição
Mas nas outras três se ouvia a melhor música brasileira da época, em shows dirigidos por produtores como Ronaldo Bôscoli e Miéle
Muitos trios tocavam lá, como o Tamba Trio de Luizinho Eça, o Bossa Três do Luis Carlos Vinhas, e também o Sexteto do Sérgio Mendes, o Copa Cinco do Meirelles, e muitos mais
Era o apogeu do samba jazz, que é o herdeiro mais direto do som que o Johnny Alf fazia nos anos 50: era samba, mas tocado como se fosse jazz
"Eu sempre digo, eu tenho memória, que foi no plaza que tudo começou, muito antes do Beco das Garrafas
O Beco das Garrafas foi a continuação de todo o movimento que Johnny Alf já fazia, aquelas coisas lindas"
Bem mais do que a bossa nova suave e delicada de João Gilberto, o samba jazz era basicamente o que Alf fazia já há muitos anos,
basta ouvir a gravação de Rapaz de Bem feita em 1955
Nessa época, 1963, Alf gravou um disco que, possivelmente, poderia ter mudado o rumo da sua vida:
um disco com versões em inglês das músicas de bossa nova recém compostas
Não dá pra saber, mas apenas imaginar o que poderia ter acontecido com a carreira dele se esse disco fosse lançado e ele se mudasse pros Estados Unidos,
como fez o pianista Sergio Mendes muito pouco tempo depois, e ficou milionário
Era um disco voltado para o mercado norte americano, exatamente no momento em que a bossa nova estava na moda por lá, logo depois do show no Carnegie Hall
Foi no mesmo ano, 63, que o Tom Jobim gravou o primeiro disco solo dele, o instrumental The Composer of Desafinado plays, gravado em Nova York
E Alf gravou em inglês, coisa que Tom só viria a fazer 2 anos mais tarde, e que João Gilberto só faria 14 anos depois
Sabendo que o mercado dos Estados Unidos é bem mais aberto a músicas cantadas em inglês, era o disco certo,
no timing certo, finalizado, com repertório de standards da bossa nova, mas, por motivos nebulosos, não foi lançado
No livro de João Carlos Rodrigues, o autor escreve que perguntou diretamente ao Johnny Alf porque o disco não saiu,
e ele respondeu que teria sido por problemas de liberação das músicas do Tom, que eram 5 no repertório de 12
É importante ressaltar que eram versões feitas pelo próprio Alf, e o Tom era muito atento às versões em inglês das suas músicas
Me parece provável que esse seja o motivo da não autorização, o Tom preferia ter um letrista nativo na língua
Alf sempre falou bem do Tom, que eu tenha visto não há uma só declaração ofensiva ao amigo dos anos 1950
Ele se queixou, sim, de Aloysio de Oliveira, que segundo Alf nunca gostou do seu som, ou nunca o entendeu,
e as portas da principal gravadora de bossa nova dos anos 60, a Elenco, do Aloysio, nunca estiveram abertas pra ele
Mas fez na gravadora RCA um disco sensacional, chamado Diagonal, em que ele gravou uma música sua
que já tinha sido composta há um tempo, um choro chamado Seu Chopin, Desculpe
Tem uma letra incrivelmente moderna, dele conversando com Frederic Chopin, pedindo desculpas por ter usado um trecho da famosa Valsa do Minuto, composição do Chopin
"Foi o seguinte, eu fiz uma melodia e no meio da melodia tinha essa frase, que é a Valsa do Minuto
Aí na hora de fazer eu disse assim, como é que eu vou fazer? Se eu fizer uma letra que seja...
O pessoal, quando ouvir essa música, quando ouvir essa frase, vai logo identificar como da Valsa do Minuto
E então caiu lá de cima, me deram o recado, olha faz o seguinte, você faz uma letra falando com o Chopin que você pediu emprestado um pedaço da música dele
E foi justamente quando eu fiz Seu Chopin, Desculpe, que fala assim"
Um amigo de Santo Amaro pediu uma música pra que fosse tocada no seu casamento
e Johnny compôs a melodia que viria a ser Eu e a Brisa, mas ela acabou não sendo tocada na cerimônia
"No casamento o padre não deixou porque na cerimônia eram aquelas músicas tradicionais e a música não entrou"
Alf escreveu a letra, e segundo ele escreveu em uma carta para um amigo, ele fala na letra sobre a sua orientação sexual
"Meu homossexualismo interfere como nuance que evidencia e policia meu comportamento junto às pessoas.
É ele a brisa do título da música, é ele o devaneio que inspirou a letra. Analise a letra e terás a sacação!"
Era a época dos grandes festivais de música das emissoras de TV, que mobilizavam todo o Brasil, com grande audiência, e que estava lançando toda uma nova geração na música brasileira
A cantora Marcia foi procurar Johnny Alf atrás de uma música pra inscrever no festival da TV Record de 1967
"Eu falei, poxa, o Johnny tem que participar do festival de música brasileira, ele não pode ficar fora de um evento desses, na época os festivais eram seríssimos, vamos participar
Ele me mostrou uma porção de coisas maravihosas"
Marcia saiu de lá com duas músicas para apresentar ao produtor do festival, Solano Ribeiro: Eu e a Brisa e Ama-me
"O Solano falou 'qual das duas você prefere?', eu falei: eu prefiro as duas, mas só pode uma e então nós sorteamos e Eu e a Brisa foi a sorteada"
Segundo Solano Ribeiro, nesse 3o Festival da TV Record,apareceram as torcidas organizadas, e nem sempre de forma espontânea
No livro "Prepare o Seu Coração" ele escreveu que as gravadoras tinham percebido que os festivais tinham virado uma grande veículo de divulgação dos artistas,
e incentivaram a formação dessas torcidas, o que, segundo ele, perturbou o desenvolvimento natural da competição
Apesar de toda a comoção durante o ensaio da tarde, Eu e a Brisa foi recebida com frieza pelo público, que nem aplaudiu e nem vaiou
E, pra desconsolo do próprio Solano Ribeiro, nem o júri identificou ali o óbvio: aquela canção era uma obra prima, que foi desclassificada na primeira eliminatória
Mas naquele mesmo ano a música teve sucesso nacional, impulsionada pelo apresentador Flávio Cavalcanti, um dos maiores nomes da TV na época
" Depois é que o Flávio Cavalcanti no Rio começou a promover a música, inclusive ligou pra São Paulo,
pedindo pra Marcia ir lá fazer um aparição no programa dele, foi quando a música começou a estourar no Rio, foi pela mão dele"
Eu e a Brisa é a canção de Johnny Alf com mais regravações, cantada por artistas como João Gilberto,
Caetano Veloso, Maysa, Tim Maia, Baby Consuelo, Ângela Maria, Nelson Gonçalves, Tito Madi e muitos outros
A MELODIA
No programa que eu fiz sobre a música "Rapaz de Bem", eu comentei que uma das características principais das músicas do Johnny Alf é o que ele chamava de música modulada
"A minha música é difícil. Tudo o que eu faço, porque eu tenho uma escala modelada, e não é bem aceito"
O que significa uma música com muitas modulações, mudanças de tom
Modulações, bem feitas como são as do Alf, são como janelas que se abrem, é uma das formas de surpreender o ouvinte
Em Eu e a Brisa a modulação acontece no fim das partes A's da música
Na primeira vez ele só passa pelo novo tom, mas volta logo pro tom original
Aqui está a modulação, nesse acorde, mas ele logo volta
Aqui, no mesmo lugar a modulação, a gente sai do tom de dó maior para o de sol maior
E aqui o toque de gênio, de GeniAlf: no início da parte B o acorde é o mesmo das parte A,
mas aqui ele já não é o acorde de tônica, o acorde que repousa o tom
Aqui ele está na função de subdominante, não é uma função de repouso, ele pede movimento
E ele segue no que é chamado de progressões simétricas, que em linhas gerais quer dizer: progressões que se repetem com a mesma lógica
Faz a mesma coisa só que uma quarta abaixo
Desce de novo uma quarta e muda a melodia, mas a harmonia é a mesma
Eu também já comentei aqui, no programa falando sobre O Barquinho, que depois de sair modulando, indo pra lugares distantes, o incrível é fazer bem o caminho de volta
E Alf faz divinamente esse caminho com um arpejo em fá sustenido menor com nona
Voltou pro tom original
E pra encerrar a música ele não volta pro acorde da tônica, o do repouso, ele modula só no último acorde
Aqui ele abre não uma janela, ele derruba a parede inteira!
2. ORQUESTRAÇÃO O arranjador José Briamonte fez todos os arranjos do disco do Johnny Alf de 1966, inclusive com citação na capa,
um sinal de prestígio do arranjador e que é comum nos Estados Unidos com grandes arranjadores de jazz, mas na música brasileira não é comum
Briamonte era um jovem pianista do Sansa Trio sem experiências de arranjos para discos, mas com muita vontade de ter uma chance
"Eu conheci o Briamonte nessa época, ele também tinha esse desejo de fazer arranjo pra disco e etc
Vamos fazer um disco, Briamonte vai fazer uns arranjos de tudo, porque Briamonte é um arranjador meio conservador,
mas trabalhando comigo eu falei: faz o que você quiser, mas aberto, falei pra ele
Então realmente nesse disco ele escreveu uns arranjos bem jazzísticos, com solos de jazz e tudo, etc, foi como nós fizemos esse disco"
No ano seguinte, não sei se convidado pelo Johnny Alf ou não, Brimonte ficou o responsável pelo arranjo de Eu e a brisa no festival
Nesse arranjo ele usou base com violão, baixo e bateria, além de naipe de cordas e de metais
3. A FORMA DO ARRANJO A forma de Eu e a Brisa é AABA, com cada parte tendo 8 compassos
Essa forma AABA, com esses 8 compassos cada, é também conhecida como forma de 32 compassos, ou 32-bar-form
Era a forma mais usada na música popular norte americana do começo dos século XX, em clássicos como Over the Rainbow e I Got Rhythm, e em muitos outros standards de jazz
Não por acaso Johnny Alf usou essa forma em Eu e a Brisa, também em Rapaz de Bem e outras, ele era um grande fã da canção norte-americana
Nesse arranjo, Briamonte usa a segiunte forma: introdução de 6 compassos, depois a música inteira, AABA
Depois uma vez a parte A instrumental, a voz volta na parte B, canta o último A e tem a coda
Na introdução se destaca o trompete com surdina, fazendo a melodia
Desde a introdução até o fim da música,
tem sempre um suporte harmônico do naipe de cordas na região grave, uma cama harmônica
Agora as cordas vão um pouco mais pro agudo, mas sempre como cama harmônica
A rápida modulação, só de um acorde
No segundo A tem um acompanhamento dos metais sempre no contratempo, no tempo fraco
Vai modular e agora ficar no novo tom
Uma frase ascendente do trompete com surdina prepara pra parte B
Na parte B, contracantos dos violinos na região aguda
O ápice são 3 notas cromáticas ascendentes, as notas mais agudas do arranjo
No fim da parte B o faz trompete uma frase que sobe e depois desce, marcando a volta para o tom inicial
Os metais de novo no contratempo
Na parte instrumental tem o timbre em uníssono das cordas com o trompete com surdina
E também a melodia dobr ada oitava abaixo pelas cordas mais graves
A mesma frase do trompete com surdina preparando a parte B
E os mesmo contracantos dos violinos no agudo
Um momento de baixo pedal, o contrabaixo fica na mesma nota, dó, por 5 compassos
Baixo e bateria marcam os ataques no contratempo junto com os metais
O baixo foi pro Fá, saiu do baixo pedal em dó
Frases de resposta no agudo nos violinos
E o inesperado último acorde final em mi, brihante
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Muito obrigado, até uma próxima
"O senhor achou que o seu papel ali como precursor da bossa nova ficou um pouco apagado quando surgiu Tom, João e etc?"
"Eu senti isso, mas não ligava muito não. Eu gostava do sucesso deles e tudo, até hoje"
"Teve o concerto famoso no Carnegie Hall em 62, né, o senhor chegou a ser convidado?"
"É, mas eu tava aqui em São Paulo, era meio desligado, entretido com o meu trabalho aqui, e perdi o dia de ir, e não cheguei a ir"