Domingo no Parque (Gilberto Gil) - O ARRANJO #43 (English subtitles)
Eram seis horas da tarde, faltavam mais ou menos 3 horas pra começar a segunda eliminatória do Festival da TV Record de 1967,
quando o diretor e filho do dono da televisão, Paulinho Machado de Carvalho, recebeu uma notícia
"Olha, o Gilberto Gil não vai vir cantar o Domingo no Parque. Eu falei, como assim? Não, ele não vai vir, falou que não vem"
Era uma bomba: já se falava nos bastidores que essa música era das favoritas pra ganhar o festival, que, vamos lembrar, era um programa de TV transmitido ao vivo
O diretor largou tudo e correu pro hotel Danúbio, onde Gil estava hospedado com a sua mulher na época, a cantora Nana Caymmi, que abriu a porta do quarto
"Olhei, ele estava estirado na cama, sem nenhuma condição de levantar e cantar dali a duas horas"
Gil estava em pânico absoluto, se sentia com 42 graus de febre, na fronteira da inconsciência, em estado de completa agonia
Ele sabia o que iria acontecer depois que ele se apresentasse no festival de música brasileira acompanhado de um grupo de rock, Os Mutantes
Parte dos músicos colegas dele de geração, alguns amigos próximos mesmo,
reprovariam essa pseudo invasão das guitarras elétricas na até então imaculada música nacional, era esse o peso que ele sentia
Nana e o diretor da TV resolveram dar um banho nele, Paulinho Machado de Carvalho até calçou as meias dele, tal era o estado de prostração
As imagens do festival que sobreviveram ao tempo não retratam essa agonia, ao contrário, mostram o Gil alegre e extrovertido, como sempre
"Quando eu vejo as imagens hoje eu fico admirado de que as imagens não tivessem gravado um fantasma, que era o que eu era naquele momento, naquele palco"
Com uma interpretação vibrante, Gil ficou em segundo lugar no festival, dando início ao movimento que mais tarde viria a ser chamado de Tropicalismo
Eu sou Flávio Mendes, músico e arranjador, esse é O ARRANJO, seja bem vindo
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Domingo no Parque é uma composição de Gilberto Gil, lançada no 3o Festival da TV Record, em 1967
Esse festival é considerado o melhor festival de música brasileira de todos os tempos,
é o festival da consagração de parte uma geração, que já estava amadurecida, e todos ali colocaram as suas melhores composições
A canção, para um festival, tem que conquistar o ouvinte em 3 minutos, de cara, e Gil pensou num triângulo amoroso, com persongens do povo, populares
"Um dos grandes compromissos que a gente tinha naquele momento era com essa dimensão popular, da vida brasileira,
da sociedade brasileira, narrativas sobre o povo, sobre os personagens comuns da vida popular"
Gil compôs um baião, um baião estilizado, mas já estava em curso um plano dele e do Caetano de modernização da música brasileira,
e isso incluía se abrir para receber influências da música pop mundial
O temor que tomou conta do Gil não era infundado.
A música brasileira pós Bossa Nova e pós golpe de 64 estava numa fase de intenso nacionalismo e era bastante compartimentada
A coisa era tão rígida que Gil conta um fato curioso: o seu cunhado na época, Dori Caymmi,
o proibia de colocar na vitrola da casa dele o disco Sargent Peppers, dos Beatles, dizia que aquilo não entrava lá
Entre os jurados do festival existiam nomes ligados às vanguardas culturais, como o maestro Júlio Medaglia, e esses de cara abraçaram as novidades tropicalistas
Mas também tinha gente mais ligada à música tradicional brasileira, como o jornalista Sérgio Cabral
"Eu soube que tanto ele quanto Caetano iriam se apresentar com grupos de rock. E eu fui com má vontade, falei pô, grupo de rock na música...
e aí aconteceu essa coisa maravilhosa: a estética venceu as minhas velhas convicções, porque as músicas eram maravilhosas, tanto Domingo no Parque quanto Alegria Alegria.
Domingo no Parque eu considero uma das maiores músicas já feitas no Brasil, de todos os tempos, é uma música muito bonita, muito bem feita, muito inteligente"
O arranjo de Rogério Duprat apresentado no festival não é o mesmo usado na gravação em estúdio de Domingo no Parque
E isso aconteceu pelas próprias limitações técnicas do festival, inclusive no tamanho da orquestra e dos instrumentos disponíveis
O arranjo que eu vou analisar é o que foi gravado em estúdio e lançado em um compacto simples logo depois do festival,
e essa gravação fez parte também do segundo disco do Gil, lançado em 1968
UM POUCO DE HISTÓRIA
No começo de 1967 Gil recebeu um convite pra ficar um mês em Pernambuco, a convite do Teatro Popular do Nordeste
Era uma especie de Teatro Opinião de Pernambuco, ligado politicamente à esquerda,
e desenvolvia projetos promovendo o intercâmbio de artistas de fora de Pernambuco com a cultura popular local
Nessa viagem Gil conheceu a Banda de Pífanos de Caruaru, as cirandas da Lia de Itamaracá,
e também as várias formas do maracatu, sonoridades bem representativas do folclore nordestino
Quem acompanhou Gil nessa viagem foi o empresário Guilherme Araújo, que aproveitou os dias à sós com Gil para expor as suas ideias sobre a música brasileira
Guilherme achava que a música brasileira naquele momento estava estagnada, velha,
e que isso estava afastando a juventude da música brasileira, e por isso ela estava consumindo muito a música pop estrangeira
Ele achava que a música brasileira precisava se livrar dos preconceitos, aceitar novidades importadas, como as guitarras elétricas
Gil já estava completamente apaixonado pelo disco então recém lançado pelos Beatles, o Sargent Peppers Lonely Heart Club Band
e também por outras novidades do rock inglês e quando voltou pro Rio estava cheio de ideias
Ele queria misturar a força da música popular folclórica, que ele tinha visto em Pernambuco, com o som dos Beatles, com o som do mundo
Ele queria juntar todas essas informações pra renovar o processo criativo na música brasileira
"revolver o terreno todo, arar de novo, replantar, semear coisas novas, trazer sementes novas, fazer os cultivares híbridos, misturar as coisas para dar plantas novas"
A primeira ideia do Gil foi reunir os compositores amigos mais próximos para discutir esses assuntos, e marcou pelo menos dois encontros, um deles na casa do Sergio Ricardo
Edu Lobo, Chico Buarque, Dori Caymmi, Francis Hime, Capinam, Torquato Neto, Sidney Miller foram alguns dos amigos que participaram dessas reuniões
Gil não consegiu ser ouvido ou ser entendido: quando falava em uma música realmente popular,
para as massas, alguns achavam que eles deveriam fazer show em portas de fábricas, para operários
E quando ele tentava falar em Beatles as pessoas viravam as caras, e se calavam
Chico Buarque por exemplo, não se interessou pelo assunto
"O Caetano disse que eu fui mas que eu tava... então se eu tava... eu provavelmente não me lembro, não me lembro de nada..."
Apesar de todas essas ideias universalizantes sobre música, Gil acabou fazendo parte de uma passeata que ficou conhecida como a Passeata contra as guitarras elétricas
Mas Gil fala que foi atendendo a um pedido da Elis Regina, que tinha sido a artista que o tinha lançado, e ele tinha muita gratidão por ela, mas não só isso
"O que eu acho da Elis? Eu era apaixonado por ela, então já não achava nada. Quem é apaixonado não acha nada
Já não consegue achar, e eu era completamente apaixonado por ela"
Em uma noite o casal Gil e Nana foi jantar na casa do pintor Clóvis Graciano, amigo e compadre de Dorival Caymmi, e a conversa seguiu sobre pescadores, sobre a Bahia
De volta ao hotel, Nana foi dormir, e Gil pegou o violão: ele sabia que precisava compor uma música forte pro festival da TV Record daquele ano de 67
Ele estava impregnado daquela atmosfera baiana, dos papos com Graciano, e casado com a filha do Caymmi, a música veio daí
"Eu fiquei a noite toda ali trabalhando, primeiro veio a história da batida do berimbau, peguei o violão, comecei a fazer isso e tal.
Aí comecei a desenhar os personagens, o rei da brincadeira, o rei da confusão, um José, outro João,
um trabalhava na feira, outro na construção. Anotei, escrevi isso, gostei, peguei o violão e: o rei da brincadeira, ê José"
Ele logo pensou na locação da música, ele queria que fosse em Salvador
"Quando eu resolvi fazer a música pro festival em 67, comecei a pensar na coisa da capoeira, do berimbau, com os elementos rítmicos e tal, musicais, que tinham que estar na canção
E aí pensei em localizá-la em Salvador também, uma cena qualquer em Salvador, comecei a pensar nas locações. A Ribeira foi o primeiro lugar que me ocorreu.
E eu loquei aqui e na Boca do Rio"
Em poucas horas a música tava pronta, e Gil ficou tão empolgado que acordou a Nana ainda no fim da madrugada para mostrar
Música composta, agora vinha a questão de como apresentar, quem convidar para participar do arranjo
Gil pensou chamar o Quarteto Novo, composto por grandes músicos brasileiros: simplesmente Hermeto Pascoal, Airto Moreira, Heraldo do Monte e Téo de Barros
Enquanto era ainda um trio, sem o Hermeto, eles acompanharam Jair Rodrigues em Disparada,
no festival da Record do ano anterior, 1966, como eu comentei no vídeo que eu fiz sobre esse arranjo
E nesse mesmo festival de 67, já como quarteto, acompanhou Edu Lobo e Marília Medalha em Ponteio,
a música que ganhou o festival, e eu também analisei esse arranjo em outro programa
O Quarteto Novo tinha a sonoridade regional, que tinha a ver com Domingo no Parque, ao mesmo tempo que eram músicos com linguagem universal, jazzística
Mas foi só o Gil comentar que estava pensando em algo na linha dos Beatles e tal que os rostos se fecharam
O percussionista Airto Moreira foi o que ficou mais chocado com aquilo, e rejeitou de cara
O mesmo Airto, dois anos mais tarde, estava nos Estados Unidos tocando uma fusão do jazz com o rock na banda do trompetista Miles Davis,
e depois fez parte do grupo Weather Report, tocando com guitarras e teclados elétricos - as coisas andavam rápido naquele fim dos anos 1960....
Gil começou a sentir a agonia de estar sendo incompreendido: ele não queria separar, criar cisões, ao contrário, a sua ideia foi sempre de unir, juntar, somar, e não dividir
"Pra que eu pudesse minimamente contribuir pro projeto tropicalista que teve que se destacar do resto
eu tive que o tempo todo que ser puxado pelo Caetano, puxado literalmente pelo Caetano, puxado por ele.
Vamo lá e tal e coisa! Porque por mim mesmo eu não teria feito a cisânia, a divisão, aquilo tudo era uma agonia pra mim"
Um personagem era muito importante para o som dos Beatles, que tanto inspirava o Gil: George Martin,
era ele que escrevia os arranjos que misturavam instrumentos tradicionais de orquestra com as guitarras do rock
Gil precisava de um arranjador que tivesse esse perfil, fosse tecnicamente muito qualificado e que ao mesmo tempo tivesse a cabeça aberta para o novo
O nome indicado ao Gil foi Júlio Medaglia, um músico ligado às vanguardas da música erudita
Medaglia chegou a começar a trabalhar no arranjo de Domingo no Parque, mas foi convidado para participar do júri desse festival,
e teve que abandonar a função de arranjador de uma das concorrentes
Para seguir o trabalho no arranjo, Medaglia convidou um colega seu do Manifesto Música Nova, o também compositor de música erudita contemporânea Rogério Duprat
Já no primeiro papo entre Gil e Duprat, o compositor sugeriu vir uma sonoridade pop, moderna, e Duprat respondeu empolgado:
Eu acho que o negócio é ir pro pau mesmo, botar rock, misturar com essa coisa baiana de vocês, mandar pau
E disse mais: ele sabia quem era o grupo certo pra participar de Domingo no Parque: um trio muito jovem,
com um rapaz e uma moça de 19 anos e um outro ainda mais jovem, de 16 anos: eram Os Mutantes
Domingo no Parque não era a única música do Gil classificada pra esse festival, ele também estava concorrendo com outra, Bom Dia, uma parceira do casal Gil e Nana Caymmi
Quando foram gravar Bom Dia no estúdio o maestro Chiquinho de Moraes convidou para fazer os vocais aquele trio que Duprat tinha indicado
Niguém pediu, mas eles levaram os instrumentos, e acabaram gravando também o violão, tocado pelo Arnaldo Batista, e a guitarra, tocada pelo irmão caçula dele, Sérgio
Essa é a primeira gravação com a participação do grupo Os Mutantes
Gil ficou maravilhado com o talento e a musicalidade daqueles garotos e lá no estúdio mesmo, já seguindo a sugestão do Duprat,
convidou o grupo pra participar não dessa música, Bom Dia, mas da outra música que ele estava concorrendo no festival, Domingo no Parque
A Rita Lee escreveu na sua autobiografia o sensacional diálogo entre eles, ilustrativo da época. Os Mutantes perguntam:
Mas não é festival de música brasileira? É, mas vocês não são brasileiros? Mas a gente não sabe tocar musica brasileira, a gente só faz rock.
Então vamos fazer rock brasileiro, oras! Mas pode tocar guitarra em festival de música brasileira? Até agora não podia, mas vai passar a poder
Mesmo confiante na sua proposta estética, Gil começou a demonstrar um desconforto
A um jornal, três dias antes de se apresentar na eliminatória do festival, Gil disse que estava se sentindo em um tribunal, acusado de trair a verdadeira música popular brasileira
A virada era tão radical... Eu sabia que era uma coisa que causaria um certo escândalo e que ao mesmo tempo também poderia mudar a feição da música popular no Brasil,
mas não tinha uma sensação, sabia na mente, mas não tinha a sensação de uma espécie de perigo, a emoção minha não captava o tamanho do estrago.
E o Gil sim, tanto que ele ficou com medo, no dia de apresentar Domingo no Parque pela primeira vez ele sentiu uma angústia, quase não foi pro palco,
se trancou no quarto do hotel, não queria sair, precisou ser arrancado de lá, mas era porque ele tava sentindo o tamanho do negócio"
"A música que vem logo a seguir é de outro compositor que procura dar, segundo afirma, um som universal à música brasileira. É Domingo no Parque" - 1. MELODIA
Naquele momento Tropicália era só o nome de uma instalação do artista plástico Hélio Oiticica
A música Tropicália, do Caetano, até já existia, mas ainda não tinha nome, como também não tinha nome esse movimento que os dois baianos estavam engendrando
Na falta de um nome que definisse esteticamente a revolução deles, usavam essa expressão que o apresentador Blota Jr. falou, era a busca pelo "Som Universal"
Como nome de um movimento era seguramente um nome insatisfatório, mas era exatamente o que parecia estar no palco
Um berimbau, tocado pelo músico Dirceu, um arranjo orquestral e Os Mutantes, que naquele momento pareciam terem vindo do futuro
Era música de capoeira com Beatles e com uma orquestração completamente diferente do que se fazia na música brasileira, era meio trilha de cinema
Como a própria música é meio cinematográfica, tem esses cortes rápidos:
a rosa e o sorvete na mão, a roda girando, girando na mente, aquele crescendo, olha a faca, olha o sangue
E tudo parte do mote do berimbau que são duas notas separadas por um tom, como se fosse a tônica e a sétima menor do tom, que sugerem a escala mixolídia
Essa escala é conhecida aqui no Brasil como a escala nordestina, usada em músicas como Baião, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira
Depois o Gil passou a tocar o começo da música com acordes com sétima menor, escancararando a escala mixolídia
Mas antes ele usava acordes sem sétima e no desenvolvimento da música vai apresentando esse mote em outros tons, como por exemplo:
Sempre com esse mote, dois acordes, quase sempre acordes maiores separados por um tom
"O júri pede que eu avise a vocês que essa música ganhou o prêmio de melhor arranjo, Rogério Duprat" - 2. ORQUESTRAÇÃO
Os Beatles, na vanguarda da música pop, já estavam usando nos seus discos elementos de sonoplastia, ruídos, sons não musicais
Foi o Gil quem sugeriu ao Rogério Duprat a utilização de sons de parque de diversão na abertura de Domingo no Parque
Isso era um elemento não musical que dialogava perfeitamente com a canção, enriquecia, trazia novidades para a percepção do ouvinte
Esse é um dos detalhes do arranjo que não estão presentes na apresentação ao vivo da música, não tinha recursos técnicos na época no teatro pra esse som de parque ser reproduzido
Gil e Duprat trabalharam por dias esse arranjo, discutindo climas, interferências, e isso não era comum na música brasileira
O habitual era o arranjador receber o material, conferir o tom com o cantor e escrever sozinho o arranjo
Outra diferença entre o arranjo gravado em estúdio e o apresentado no festival é o naipe de madeiras, muito mais completo na versão de estúdio
De resto, naipe de cordas, de metais e mais Os Mutantes: Arnaldo Batista no baixo, Sergio Batista na guitarra e Rita Lee tocando pratos
Eu quero destacar um detalhe do arranjo que é muito interessante:
a música começa e termina com uma espécie de vinheta, que parece não fazer parte da música, é meio um apêndice
E que é muito forte, e isso funciona muito bem como um impacto inicial, é como a música começa, e também dá esse mesmo impacto pro fim do número
"Ê ê.... Aí no arranjo do Duprat ele bota o realejo que tá no início da canção mistura com...
aquela coisa imponente, a grandilouquência do final, como se fosse um posfácio, é bonito aquilo, lindo" - 3. A FORMA DO ARRANJO
Domingo no Parque pode ser dividida em 4 partes
A primeira parte, de 12 compassos é toda sob o riff do berimbau, e basicamente apresenta os dois personagens masculinos, José e João
A segunda parte é a mais tonal da música com uma sequência de acordes que a gente chama de II V: 2 5 do 3, 2 5 do 2, 2 5 do 1
Nessa parte o compositor apresenta mais profundamente os personagens e insere o cenário
A terceira parte é a parte cinematográfica, das modulações de tons, sempre num crescendo, dos cortes secos,
espinho, rosa, sorvete, a cor vermelha aparecendo como que antecipando o sangue
E a quarta e última parte é o desfecho, o casal morto, José preso
E pra encerrar, a coda, que é como a introdução, animada, festiva
Metais em oitavas e cordas na introdução no tom de mi maior
Segue a sonoplastia de um realejo com sons de parque
Agora o naipe de madeiras em quartas no tom de fá maior
Depois esse naipe faz o mote do berimbau, já no tom em que o Gil começa a cantar
Um naipe com madeiras, guitarra e baixo
Cordas no ritmo do berimbau, na região aguda
E as madeiras em terças, com notas curtas
Cordas em uníssono com madeiras e metais
Respostas em arpejos nas cordas
Agora os metais em quartas
Abertura de vozes nos Mutantes e um acorde surpreendente
Cordas sempre no ritmo do berimbau, em terças
O vocal dos Mutantes sempre respondendo ao Gil
Metais dobrando as cordas
Cordas com frases ritmadas seguindo o ritmo da base
Naipe de madeiras e cordas formando tríades
Agora respostas na guitarra
Na parte lenta, base harmônica de cordas e frases no oboé
Na coda, voltam as frases da introdução: oitavas nos metais e cordas no agudo
Final apoteótico, com solo de guitarra
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"Eu encontrei esses 3 jovens, dois rapazes e uma moça, são excelentes. Excelentes instrumentistas, excelentes pessoas como sensibilidade, com percepção artística,
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Acho besteira, então peguei os meninos mesmo e disse: vamos lá e acabou!"