Baby (Caetano Veloso), com Gal Costa, O ARRANJO #36 (English subtitles)
Gal Costa era chamada de "João Gilberto de saias", pelo seu canto suave, de afinação e emissão perfeitas, e por sua devoção à bossa nova
No seu primeiro LP, Domingo, de 1967, dividido com Caetano Veloso, Gal canta de uma forma radicalmente bossanovista - e é muito bonito
Gal canta de forma tímida, suave, introvertida, sem vibrato - uma legítima discípula de João Gilberto
Mas no festival da TV Record do ano seguinte ela parecia outra artista: de cabelos grandes, com um visual meio black power,
a roupa extravagante, uma túnica colorida bordada com espelhos, e uma expressão corporal visceral
E a voz... Gal cantava de forma expansiva, também usando o grito como expressão, influenciada por Janis Joplin e Jimi Hendrix
"Acho que naquela noite eu entrei no palco adolescente, menina, e saí mulher; sofrida, arrebentada, mas vitoriosa"
Era a artista se definindo, encontrando o seu lugar, a sua postura, a sua voz, a sua originalidade
Nasceu ali a Gal plural, tropical, total, fatal
Eu sou Flávio Mendes, músico e arranjador, esse é O ARRANJO, seja bem vindo
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Baby é uma composição de Caetano Veloso, lançada por Gal Costa no disco-manifesto Tropicália ou Panis et Circensis, de 1968
Foi Maria Bethânia quem avisou ao irmão Caetano que ele deveria prestar atenção no programa Jovem Guarda;
ela via ali uma força, uma vitalidade, que ela não estava mais vendo na música popular brasileira
Caetano não tinha televisão em casa, mas foi no domingo até a casa da avó da Dedé, a sua namorada,
para assistir ao programa do Roberto Carlos, Erasmo e Wanderleia
Reconhecer na Jovem Guarda, além da sua vitalidade, a capacidade de comunicação com as massas
e a relação da sua música com a indústria cultural,
foi um dos elementos que levaram Caetano a propor o movimento que veio a ser conhecido por Tropicália
Para o disco-manifesto, que lançaria o movimento, Caetano pensou na irmã cantando uma música que ele tinha escrito por encomenda dela
E era uma encomenda com muitos detalhes: Bethânia queria que a música se chamasse Baby,
que citasse Roberto Carlos, que falasse de uma camiseta onde estaria escrito "I love you", ela deu os detalhes todos
Caetano conhecia bem a irmã, e achava que ela estava tentando mandar uma mensagem direta pra alguém
Mas Caetano também conhecia a, segundo ele, individualidade feroz da irmã, que declinou do convite de participar do tal disco-manifesto,
porque Bethânia não é de participar de grupos ou manifestos artísticos
A música ficou naturalmente pra Gal gravar, ela era a cantora do tropicalismo, e o que aconteceu depois foi história
O canto dela nessa faixa, meio bossa nova, meio roquenrol, mas sendo diferente de tudo, é sublime,
e Baby é o primeiro sucesso da sua carreira
Também sublime é o arranjo escrito por Rogério Duprat,
e é essa gravação, que depois fez parte do primeiro LP da Gal, lançado em 1969, que eu vou analisar nesse vídeo
UM POUCO DE HISTÓRIA
Dona Mariá criou sozinha a sua filha única, Maria da Graça, Gracinha, a Gal,
sempre incentivando o contato da menina com atividades artísticas, a levava ao teatro, a concertos, a exposições
Aliás, desde a barriga: durante a gravidez, Dona Mariá passava uma hora por dia concentrada em frente à vitrola, ouvindo música clássica
Ela queria ter um filho que fosse compositor de música erudita, ou um concertista
"Por isso que todos os dias eu punha um disco pra tocar e deixava que a música revoasse no meu cérebro
não nasceu um menino, mas nasceu uma menina que com 1 ano e 7 meses já cantava, ela antes de falar já cantava, ela nasceu cantando"
Gal passou a infância e a juventude no bairro da Graça, em Salvador, Bahia, e moravam na mesma rua,
no prédio em frente, as irmãs, Sandra e Dedé, que seriam futuramente casadas com Gilberto Gil e Caetano Veloso
"Gal e Tia Mariá se mudaram lá para a Graça, onde nós morávamos,
mudou ela e a mãe, porque ela não tinha pai e nós somos irmãs de criação
Meu pai que, na hora do colégio, se as notas eram baixas, meu pai que proibia ela de ir ao cinema,
que não ia ao Yate conosco, então fomos criadas juntas, juntinhas mesmo"
Desde criança Gal costumava a pegar uma panela, panela grande, de feijoada, e segurava perto da cabeça e cantava dentro,
pra que pudesse ouvir melhor a sua voz, e aprender a controlar a emissão das notas e o seu diafragma - tudo isso de forma intuitiva
Ela nunca pensou em fazer outra coisa da vida que não fosse cantar, e abandonou os estudos no fim do ginásio, atual ensino fundamental
Para ajudar no orçamento de casa conseguiu um emprego numa boa loja de discos chamada Ronny,
e passava os dias com pouco movimento ouvindo tudo o que era possível de música,
dos lançamentos internacionais até os modernos discos da bossa nova
Gal se apaixonou por João Gilberto e por todo o movimento, ouvia tudo, conhecia tudo, e já tocava violão, especialmente bossas novas
Foi na casa das vizinhas Dedé e Sandra, que Gal começou a conhecer a sua turma
"Dedé estudava na escola de dança da Bahia, e a professora dela, que se chamava Laisinha, ia muito à casa dela e um dia foi,
e lá eu tava cantando com o violão, ela gostou muito e disse: você tem que conhecer Caetano, que é um amigo meu, que compõe, é compositor
Então Laisinha achou por bem marcar esse encontro com Caetano, e Caetano foi"
Caetano foi meio desanimado, porque a sua amiga Laisinha já tinha apresentado ele pra outras duas jovens cantoras,
e ele não tinha se interessado, mas quando ouviu a Gal...
"No dia que eu conheci Gal eu falei: você a maior cantora do Brasil. Até hoje eu tenho a mesma opinião"
Talvez pra afirmar as afinidades artísticas, perguntou logo quem Gal achava que era o maior cantor do Brasil:
"Eu falei: João Gilberto. Ele disse, eu também acho. Pegou o violão e me ensinou uma música dele"
A música que Caetano ensinou pra Gal foi "Sim, Foi Você", que Gal gravaria no seu primeiro compacto menos de dois anos depois desse dia
Caetano passou a frequentar o bairro da Graça, pra encontrar com a Gal e com a Dedé
Pra cantar e ouvir a Gal cantando e também porque estava interessado na Dedé, com quem logo começou a namorar
"Eu gostei da Dedé, deu vontade de namorar a Dedé, achei ela linda"
"Foi engraçado, porque nós duas não sabíamos quem Caetano queria namorar, sabíamos que Caetano queria mostrar as músicas pra Gal,
e foi muito engraçado, passamos uma época assim, com isso no ar, esse suspense"
Através de Caetano, vieram Bethânia, Gil, e toda a turma que fez o show que inaugurou o Teatro Vila Velha, com o show Nós, por Exemplo
Bethânia e Gal viraram as vozes jovens de Salvador, cada uma no seu estilo:
Bethânia mais dramática, com uma voz grave e de timbre único, e Gal suave, bossanovista, com uma voz cristalina
"Nara Leão, Sylvinha Telles, Maysa, eram as grandes vozes do momento, todas lindas, cada uma com a sua particularidade,
mas voz, como Dalva de Oliveira, era a Gal"
Do núcleo que 10 anos depois formaria o grupo Doces Bárbaros, Bethânia foi a primeira a sair de Salvador,
convidada por Nara Leão para substituí-la no show Opinião, mas os outros não demoraram a seguir pro eixo Rio-São Paulo
O produtor e empresário Guilherme Araújo se encantou com a Bethânia no espetáculo Opinião,
e acabou conhecendo e trabalhando com os 4 baianos,
sendo um dos responsáveis pelo sucesso comercial do tropicalismo e mesmo da carreira individual de cada um, naquele momento
Guilherme achava que a Gal deveria ser a nova cantora do iê-iê-iê, uma super-Wandelea,
mas queria que ela fosse muito maior do que isso, seria a nova cantora moderna do Brasil
"Você tem que ser cantora de iê-iê-iê, eu dizia, você é maluco, cara, nunca vou ser cantora de Iê-iie-iê, ficava puta da vida"
O nome artístico dela era o seu nome de batismo, Maria da Graça, mas todos a chamavam de Gracinha, e os mais íntimos ainda de Gau, com U
Foi ainda assinando Maria da Graça que Gal gravou o seu primeiro compacto, com as músicas Sim, Foi Você, do Caetano
e do outro lado Eu Vim da Bahia, a primeira gravação de um dos clássicos de Gilberto Gil
Quando recebeu a primeira prestação de contas da venda dos discos ela viu que tinha vendido exatamente 80 discos
"Eu trabalhei nessa loja, do Ronny, que era ali no porto da Barra
Depois eu vim embora, gravei esse disco, aí depois eu fui saber, anos depois que foi o Ronny quem comprou os 80 discos"
Maria da Graça não agradava ao Guilherme Araújo como nome artístico, ele achava que parecia nome de cantora de fados,
e criou o nome Gal Costa, mudando a letra do seu apelido e incluindo um dos seus sobrenomes
A primeira grande chance da Gal no Rio foi no primeiro FIC, Festival Internacional da Canção, em 1966,
que foi vencido por Saveiros, de Dori Caymmi e Nelson Motta
"Ela passa a chamar Gal no Festival Internacional da Canção, no primeiro festival, onde ela cantou a música Minha Senhora, lindíssima
não foi classificada, não ganhou prêmios, mas era muito linda
Caetano e Gal foram contratados para gravar um LP pela Philips,
mas o presidente da gravadora não achava que eles teriam ainda força pra gravar cada um o seu disco solo
Foi um diretor da companhia, João Araújo, então pai de um garotinho de 8 anos que viria a ser o cantor Cazuza, quem encontrou a saída
"O João Araújo pensou, podemos fazer um disco só os dois, daí nasceu o Domingo"
O disco deu prestígio para os dois, especialmente na classe musical, que via uma originalidade na música deles: era bossa nova, mas era diferente
Naquela época, início de 1967, a bossa nova já não estava ditando os rumos musicais no Brasil,
era o tempo das canções de protesto e do nascimento da MPB
Um dos novos nomes dessa MPB era Edu Lobo, já bem famoso naquela época,
e compôs especialmente pra esse disco a música Candeias
Essa música, segundo ele, foi composta no estilo do grupo baiano, e talvez seja a primeira grande interpretação da Gal em disco
Apesar da imensa beleza atemporal desse disco, ele não teve sucesso comercial, não ajudou Gal a pagar as contas,
e ela estava bem dura na época
Chegou a ter uma ajuda do Chico Buarque, que a levou pra São Paulo para que ela se apresentasse no programa dele na TV Record,
conseguiu que ela fizesse um ou outro programa, mas a carreira dela não decolava, e esses convites começaram a escassear
Ela estava no Rio quando recebeu o convite para fazer um programa na TV Record com Caetano, que era então contratado dessa televisão
Ao chegarem no estúdio, os dois foram surpreendidos com o sumário cancelamento da participação dela
Caetano se indignou com esse desrespeito e condicionou a sua participação à participação da Gal
Os produtores do programa não cederam, e Caetano mandou avisar pro Paulinho Machado de Carvalho,
diretor e filho do dono da TV Record, que metesse a televisão dele naquele lugar, e nunca mais Caetano se apresentou na Record
Caetano nessa época pensava num repertório pra Gal levando em conta a ideia do Guilherme Araújo de torná-la uma cantora moderna
"Das coisas que formaram o tropicalismo, a primeira, a mais originária de que me lembro,
foi um projeto de Rogério Duarte e meu de fazermos um repertório novo pra Gal que transcendesse a questão de bossa nova,
MPB, rock'n'roll, música violenta, letra violenta, música kitsch, cafona, e música internacional"
No fundo era parecido com a proposta que o Guilherme Araújo tinha pra Gal, mas Caetano não falava isso com o empresário
Ele mantinha com Guilherme Araújo uma postura mais crítica, tentando evitar que a Gal entrasse num projeto meramente comercial
"Os interesses do Guilherme pareciam suspeitos porque eram interesses comerciais,
e ele não tinha, nem de longe, o embasamento intelectual do Rogério
Então o Rogério, que se opunha de uma certa forma ao Guilherme, então ele se dizia o desempresário
Rogério se dizia assim: eu sou o desempresário!"
A virada da carreira da Gal começou quando Caetano e Gil compuseram Divino, Maravilhoso,
e inscreveram no Festival da TV Record de 1968 pra Gal cantar
A capacidade de composição de Caetano e Gil é tão espantosa
que eles conseguem combinar dois elementos que naquela época nunca andavam juntos - pop e canção de protesto
Gal sabia que era o momento dela se afirmar, e a Tropicália foi importante para que ela encontrasse, dentro dela,
outras formas de expressão artística, e assim formatar a artista Gal Costa
"A partir do Divino Maravihoso, que foi exatamente no momento da Tropicália, eu passei a cantar de uma forma expansiva
Caetano não tava sabendo de nada, ele foi assistir o festival, sentou na poltrona pra assistir, ele me disse que quase caiu duro pra trás"
Gal gravou ainda em 1968, no ano do festival de Divino Maravilhoso, o seu primeiro LP solo,
completamente tropicalista, com participações de Gil, Caetano, Tom Zé, Jorge Ben, Rogério Duprat
e produção de Manoel Barenbein, o produtor dos discos tropicalistas
O disco só saiu em 69, quando Gil e Caetano já estavam presos, e poderia ser o disco que encerraria o tropicalismo, mas não foi
Foi o disco que indicou que praticamente tudo o que se faria na música brasileira depois da Tropicália seria influenciado por ela
1. MELODIA Caetano usa em Baby uma levada que ele usaria em outras duas músicas compostas na mesma época,
Saudosismo e É Proibido Proibir, e, que eu saiba, não voltaria mais a usar
Era uma marcha bossa nova em compasso ternário, e as marchas são em compasso binário
Mas em compasso ternário a marcha fica assim
Parece que você corta um trecho da levada. Em compasso binário é assim:
E em três:
Assim como em Alegria, Alegria e Superbacana,
a letra de Baby também faz referências a elementos da cultura pop e do mundo dos jovens da época,
mas não só isso, ou não só tão superficialmente
Existia na Tropicália uma transgressão de costumes que a princípio não foi reconhecida ou combatida pela ditadura militar
então vigente no Brasil, que tava mais preocupada com a canção de protesto
Os tropicalistas trabalhavam na rebeldia, na quebra de padrões, de paradigmas, abriam a cabeça da juventude, empurravam os limites
"Como a ditadura não compreendia as letras, 'Você precisa saber da margarina, da gasolina', isso parecia uma tolice, não é?
Isso era uma puta malandragem"
A ditadura, mesmo talvez sem compreender profundamente essa postura revolucionária,
via que ali acontecia algo subversivo, e agiu como em qualquer regime autoritário: prendeu e exilou Caetano e Gil
2. ORQUESTRAÇÃO Rogério Duprat é um dos arranjadores mais importantes da história da música popular brasileira
A sua formação, primeiro como violoncelista, é na música erudita, e desde cedo ele se interessou pela música de vanguarda
Nos anos 60 lançou com outros colegas o Manifesto Música Nova,
que entre outras coisas pregava a incorporação na música de concerto de novos materiais sonoros, como ruídos e sons eletrônicos
A forma de trabalho de Duprat com os cantores e compositores era diferente do comum:
normalmente os cantores conheciam o arranjo no estúdio, na hora de gravar, o arranjador trabalhava sozinho
Duprat gostava de sentar com os compositores e pensar junto o arranjo: o que convém fazer,
o que não convém, pensar esteticamente, e isso foi um grande diferencial
A orquestração dessa gravação de Baby é violão, muito provavelmente tocado pelo Gil, baixo elétrico, bateria, percussão e naipe de cordas
3. A FORMA DO ARRANJO A forma de Baby é ABABC, sendo que o C é uma variação longa da parte A
Nessa gravação a forma é bem simples: uma introdução longa, de 22 compassos sobre dois acordes apenas,
segue a música inteira, ABABC, e repete o B, que é o refrão, algumas vezes em fade out
No fim da canção Caetano faz uma participação na gravação cantando um trecho de Diana, de Paul Anka,
aproveitando que a harmonia é praticamente a mesma das duas músicas
Já naquela época, Diana era uma música antiga, um roquinho do fim dos anos 50, ingênuo,
mas era bem do tropicalismo fazer essas misturas
Muitos anos depois Caetano gravou Diana no seu disco A Foreign Sound, fazendo o contrário, citando Baby no final
A introdução começa com o baixo elétrico marcando o compasso ternário, e depois entra o violão
As cordas vão entrar citando um trecho da melodia "da margarina", em uma espécie de cânone
Essa melodia é tocada e depois repetida em tempos diferentes, até em oitavas diferentes,
criando uma polifonia, uma espécie de cânone
Aparece a melodia e outras vozes tocam e repete e repete
Uma melodia nos violinos, preparando o refrão
No refrão as cordas respondem ao canto
Cordas em stacatto, de curta duração, lembra os Beatles
Violinos em oitavas com apoio harmônico das cordas graves
Vejam que os violinos se movimentam no espaço da voz
As cordas sempre na respiração da voz, sem atrapalhar
Um rápido cânone
Cordas em bloco em frase ascendente, muitas quintas paralelas
Ataques rítmicos nas cordas
De novo citando a melodia usada na introdução
Reparem que a voz mais grave toca às vezes a mesma melodia da voz mais aguda só que uma oitava abaixo,
reforçando essa melodia
E Caetano cantando Diana, numa espécie de contraponto
Bom, esse foi O ARRANJO, se você gostou dá um like, se inscreve no canal, compartilha o vídeo
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Muito obrigado, até uma próxima
"O Vandré ainda dava alguma importância ao exército, veja bem: soldados armados, amados ou não
O sujeito no exército se sentia que tava no jogo da coisa da vida
Caetano nem ligava: margarina pra cá, margarina pra lá, esse Caetano é um bandido, porque ele não fala do exército?
Que sujeito mais sem vergonha esse Caetano, puta que pariu, o que ele tá pensando que ele é?
Nós estamos aqui fazendo um diabo de um ditadura, torcendo o pescoço de gente, matando gente,
e Caetano nem fala da gente, vem com negócio de margarina...
diabo de margarina é que o Brasil pode manter a sua auto estima com aquela revolução formal
e se levantar imediatamente quando a ditadura começou a falir
Nossa, senhora, o que esses caras fizeram pelo Brasil é um negócio que não há quem pague"