TÔ BEM
-Marina. -Oi. Quê?
Marina, amiga, me ajuda.
-O que houve? -Amiga, me ajuda.
Espera só um minuto. O que é isso? Ô, Pedro.
Roberto, dá pra você fingir alguma utilidade
e tirar o Lucas de dentro da privada? Obrigada.
Fala.
Olha, primeiramente, eu não quero te desesperar, tá?
Desesperar? Eu já estou desesperada.
Amiga, eu já estou desesperada...
olha aqui minha cara, olha esse cabelo aqui.
Entendeu? Olha minha olheira.
Marina, eu...
você quer que eu ligue depois?
Depois quando? Depois que eu morrer?
Pelo menos fala agora, que você me distrai.
Que isso?
Pedro, o que é isso na boca do teu irmão?
Isso é cocô?
Isso é...
Isso aí é cocô? Na boca do teu irmão.
Volta aqui. Volta aqui.
Volta aqui, vocês dois. Sai daí, vocês dois.
-Sai daí, vocês dois agora. -Marina.
-Ô, Marina. -Olha aqui, Roberto,
eu pisei na cachorra, hein.
Pisei na cachorra, desculpa. Fala, pode falar.
-É que eu pisei na cachorra. -Amiga, presta atenção.
Eu estou muito ferrada, muito ferrada.
Eu estou precisando muito da sua ajuda.
Inferno!
E, da próxima vez, eu vou acertar, hein.
Da próxima vez, eu vou acertar se você me chamar de maluca.
Você jogou uma garrafa de gin nos meninos?
Eu joguei uma garrafa vazia. A cheia está aqui.
Amiga...
está tudo bem aí? Você está precisando de ajuda?
Não estou precisando de ajuda, não.
Porque quem deveria me ajudar não está fazendo a mínima questão.
Não é, Roberto?
-Marina. -Fala.
É que eu...
-eu ainda estou aqui. -Ai, meu Deus.
-Você está chorando? -Eu estou. Eu estou.
Eu estou chorando.
Todo dia, a essa hora, eu choro. Porque é uma angústia,
é um nervoso que dá na gente.
E aí eu tirei 15 minutinhos pra...
pra lembrar que eu tenho que chorar.
Mas pode falar, porque isso é normal, já.
Amiga, amiga...
eu acho que eu cometi um crime.
Eu posso ter matado uma pessoa.
E daí?
E daí que eu estou desesperada aqui.
Eu posso ser presa.
Pode ser presa?
Calma aí, Zezé. Você pode ser presa?
Calma. Fica calma.
Fica aí onde você está que eu já estou indo aí.
Tá? Me espera. Eu vou...
eu vou confessar esse crime.
Fui eu que fiz. Você fica no meu lugar
e não se desespera. Desce do lustre
agora, Pedro. Desce!
Beijinho, mamãe tem que ir. Fica aí.
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