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Dobra Espacial - Ciência e Tecnologia, A primeira fotografia da superfície de Vênus

A primeira fotografia da superfície de Vênus

O planeta queridinho da exploração espacial tem sido Marte há algum tempo.

Mas, com a detecção de fosfina na atmosfera de Vênus acabamos lembrando de um dos lugares mais interessantes e inóspitos do Sistema Solar e que a gente já visitou! O Programa soviético Venera lançou uma série de sondas durante as décadas de 60, 70 e 80 com o objetivo de estudar o planeta.

E além de dados coletados sobre ele, algumas delas, sim mais de uma, foram capazes de transmitir as únicas imagens da superfície de Vênus até hoje.

Então, vamos falar sobre isso!

O lançamento da primeiro sonda do Programa Venera aconteceu em 4 de Fevereiro de 1961.

Seu objetivo primário era fazer um flyby em Vênus e coletar alguns dados sobre o planeta.

A sonda contava com instrumentos como: um magnetômetro, detector de micrometeoritos, contador de radiação cósmica e medidores de vento solar.

Apesar de ter chegado em órbita um problema com um dos estágios do foguete impediu a continuação da missão.

E uma segunda tentativa, que ficou realmente conhecida como Venera 1, aconteceu só alguns dias depois, em 12 de Fevereiro de 1961.

Tudo funcionou bem de início e a sonda estava a caminho de Vênus.

Mas, 7 dias depois o contato por rádio for perdido e nenhum dado pôde ser coletado.

O mesmo aconteceu com a missão seguinte alguns anos depois, a Venera 2.

O primeiro grande marco do Programa Venera veio com a Venera 3, que foi lançada em 16 de Novembro de 1965.

Diferentemente das suas antecessoras, ela contava com um veículo de entrada projetado para sobreviver às supostas condições de Vênus e fazer medições da sua atmosfera.

Os cálculos de trajetória indicam que a Venera 3 impactou Vênus em 1º de Março de 1966, mas o contato com a sonda foi perdido algumas semanas antes.

Apesar de não ter transmitido dados sobre a atmosfera de Vênus, ela recebeu o título de primeiro objeto feito por humanos a impactar outro planeta.

O programa continuou e a Venera 4 lançada em 12 de junho de 1967 e era bastante similar, mas o veículo de entrada foi projetado para lidar com temperaturas maiores, pressões maiores e uma desaceleração maior.

A nave entrou na atmosfera venusiana em 18 de Outubro de 1967.

Enquanto fazia sua descida, dados de instrumentos como termômetros, barômetros, hidrômetros e sensores de análise de gás foram transmitidos.

Foi a primeira vez que uma nave fez uma análise direta da atmosfera de um outro planeta.

As informações coletadas sobre a composição química, temperatura e pressão do planeta mostraram aos cientistas um planeta bastante diferente do antes imaginado.

Os dados indicavam que cerca de 90% a 95% da atmosfera era composta por dióxido de carbono e uma quantidade bastante pequena de água.

A atmosfera era também bem mais densa e quente do que anteriormente previsto.

E o próximo marco do Programa Venera aconteceu na missão Venera 7, lançada em 17 de agosto de 1970.

Com um lander muito mais resistente a missão recebeu o título de primeiro pouso bem sucedido em outro planeta.

Depois de chegar na superfície em 15 de dezembro, a nave continuou transmitindo dados por 23 minutos antes de parar de funcionar.

A temperatura medida era de cerca de 475ºC e a pressão cerca de 90 vezes a da atmosfera da Terra ao nível do mar.

A Venera 8, que chegou no planeta em 22 de Julho de 1972 teve um pouso mais tranquilo e confirmou os achados anteriores, funcionando por cerca de 50 minutos.

E um fotômetro incluso no lander mostrou que a quantidade de luz na superfície do planeta tornava a fotografia algo realmente viável.

Isso abriu caminho para o próximo grande marco do Programa Venera: a primeira fotografia na superfície de Vênus.

A sonda responsável por essa conquista foi a Venera 9, lançada em 8 de Junho de 1975.

E diferentemente das missões anteriores, quando o lander se separou da nave em 20 de outubro do mesmo ano, pouco antes de interceptar o planeta, o restante dela realizou uma manobra que a colocou em uma órbita altamente elíptica ao redor de Vênus, tornando-se o primeiro satélite a orbitar o planeta.

O pouso ocorreu em 22 de outubro às 08:13 do horário de Moscou.

E foi aí que a parte mais empolgante da missão realmente começou.

A sonda era equipada com 2 câmeras especiais posicionadas a cerca de 90 centímetros do chão que escaneavam a área ao redor.

Cada uma fotografava 180º, permitindo um panorama completo dos arredores do lander.

As duas ficavam em um ângulo de 50º inclinado para baixo, fazendo com que o meio da fotografia (de cada uma) mostrasse mais o chão enquanto os cantos mostravam mais o horizonte.

Logo depois do pouso capas protetoras das câmeras eram ejetadas.

Mas, infelizmente, uma delas falhou, impedindo um panorama completo.

Felizmente a outra funcionou perfeitamente, gerando essa imagem fantástica.

E essa câmera não funcionava da maneira como a gente tá acostumado com câmeras digitais.

Ela era bem mais parecida com uma câmera de TV da época.

Como talvez você já saiba, câmeras modernas projetam uma imagem bidimensional em um sensor que faz medições de pontos individuais chamados pixels.

Ao invés disso, a câmera desse lander escaneava a imagem lentamente ao se mover fisicamente.

Ela contava com um periscópio que podia se mover inteiro horizontalmente, cobrindo os 180º necessários.

E o seu espelho de cima se movia verticalmente, cobrindo 40º do campo de visão.

Esse conjunto de espelhos enviava a luz capturada para uma lente objetiva que focava ela em um sensor baseado em um fotomultiplicador, que basicamente transformava a luz recebida em um sinal elétrico.

Quanto mais luz, mais forte esse sinal, permitindo a captura em preto e branco.

Esse sinal elétrico era digitalizado e transmitido para a nave em órbita.

E pra sobreviver às condições do planeta a câmera ficava dentro de um compartimento especial com uma grossa camada transparente de quartzo.

Além da foto, o lander também enviou outras informações durante os 53 minutos em que funcionou.

A temperatura no local de pouso era de cerca de 485ºC e a pressão cerca de 90 atmosferas.

O lander da missão Venera 10 também teve o mesmo problema com uma das câmera e só fotografou 180º dos seus arredores.

As missões Venera 11 e 12, lançadas em setembro de 78, funcionaram de maneira semelhante mas tiveram falhas em ambas as capas das câmeras depois do pouso, impedindo a captura de imagens.

As próximas, Venera 13 e 14 também funcionaram de forma semelhante.

Mas também contavam com câmeras que podiam fotografar colorido, microfones para fazer medições acústicas e calcular a velocidade dos ventos e instrumentação capaz de colher amostras de solo e analisá-las usando Espectrometria de Fluorescência de Raios X.

As fotografias coloridas foram tiradas com a combinação de múltiplas fotos com filtros vermelho, verde e azul.

O lander da Venera 13 funcionou por incríveis 127 minutos, e o da Venera 14 por 57 minutos.

A fotografia é hoje em dia um pilar bastante importante da exploração espacial.

Capturar imagens de alta qualidade do espaço é útil para diferentes aplicações, desde satélites espiões até naves (em missões) de cunho científico.

[Mas capturar imagens digitais e transmití-las nos primórdios da exploração espacial não era tão fácil assim]. [Os primeiros satélites miltares chegaram até a recorrer a câmeras comuns que ejetavam os rolos de filme que reentravam na atmosfera em pequenas cápsulas e pousavam no oceano]. [Tem bastante história pra contar aqui e eu com certeza farei um vídeo sobre esse assunto no futuro].

O Programa Venera foi um projeto bastante duradouro e bastante ambicioso que nos permitiu entender um pouco melhor o nosso planeta vizinho.

E com a descoberta de fosfina na atmosfera de Vênus, talvez seja hora de voltarmos a dar atenção para um dos mais inóspitos lugares do Sistema Solar.

É isso e até a próxima!

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A primeira fotografia da superfície de Vênus Das erste Foto von der Oberfläche der Venus The first photograph of the surface of Venus La primera fotografía de la superficie de Venus La prima fotografia della superficie di Venere 金星表面の最初の写真 Pierwsze zdjęcie powierzchni Wenus Det första fotografiet av Venus yta Venüs'ün yüzeyinin ilk fotoğrafı

O planeta queridinho da exploração espacial tem sido Marte há algum tempo.

Mas, com a detecção de fosfina na atmosfera de Vênus acabamos lembrando de um dos lugares mais interessantes e inóspitos do Sistema Solar e que a gente já visitou! O Programa soviético Venera lançou uma série de sondas durante as décadas de 60, 70 e 80 com o objetivo de estudar o planeta. |||Venera|||||||||||||||||

E além de dados coletados sobre ele, algumas delas, sim mais de uma, foram capazes de transmitir as únicas imagens da superfície de Vênus até hoje.

Então, vamos falar sobre isso!

O lançamento da primeiro sonda do Programa Venera aconteceu em 4 de Fevereiro de 1961.

Seu objetivo primário era fazer um flyby em Vênus e coletar alguns dados sobre o planeta.

A sonda contava com instrumentos como: um magnetômetro, detector de micrometeoritos, contador de radiação cósmica e medidores de vento solar.

Apesar de ter chegado em órbita um problema com um dos estágios do foguete impediu a continuação da missão.

E uma segunda tentativa, que ficou realmente conhecida como Venera 1, aconteceu só alguns dias depois, em 12 de Fevereiro de 1961.

Tudo funcionou bem de início e a sonda estava a caminho de Vênus.

Mas, 7 dias depois o contato por rádio for perdido e nenhum dado pôde ser coletado.

O mesmo aconteceu com a missão seguinte alguns anos depois, a Venera 2.

O primeiro grande marco do Programa Venera veio com a Venera 3, que foi lançada em 16 de Novembro de 1965.

Diferentemente das suas antecessoras, ela contava com um veículo de entrada projetado para sobreviver às supostas condições de Vênus e fazer medições da sua atmosfera.

Os cálculos de trajetória indicam que a Venera 3 impactou Vênus em 1º de Março de 1966, mas o contato com a sonda foi perdido algumas semanas antes.

Apesar de não ter transmitido dados sobre a atmosfera de Vênus, ela recebeu o título de primeiro objeto feito por humanos a impactar outro planeta.

O programa continuou e a Venera 4 lançada em 12 de junho de 1967 e era bastante similar, mas o veículo de entrada foi projetado para lidar com temperaturas maiores, pressões maiores e uma desaceleração maior.

A nave entrou na atmosfera venusiana em 18 de Outubro de 1967.

Enquanto fazia sua descida, dados de instrumentos como termômetros, barômetros, hidrômetros e sensores de análise de gás foram transmitidos.

Foi a primeira vez que uma nave fez uma análise direta da atmosfera de um outro planeta.

As informações coletadas sobre a composição química, temperatura e pressão do planeta mostraram aos cientistas um planeta bastante diferente do antes imaginado.

Os dados indicavam que cerca de 90% a 95% da atmosfera era composta por dióxido de carbono e uma quantidade bastante pequena de água.

A atmosfera era também bem mais densa e quente do que anteriormente previsto.

E o próximo marco do Programa Venera aconteceu na missão Venera 7, lançada em 17 de agosto de 1970.

Com um lander muito mais resistente a missão recebeu o título de primeiro pouso bem sucedido em outro planeta.

Depois de chegar na superfície em 15 de dezembro, a nave continuou transmitindo dados por 23 minutos antes de parar de funcionar.

A temperatura medida era de cerca de 475ºC e a pressão cerca de 90 vezes a da atmosfera da Terra ao nível do mar.

A Venera 8, que chegou no planeta em 22 de Julho de 1972 teve um pouso mais tranquilo e confirmou os achados anteriores, funcionando por cerca de 50 minutos.

E um fotômetro incluso no lander mostrou que a quantidade de luz na superfície do planeta tornava a fotografia algo realmente viável.

Isso abriu caminho para o próximo grande marco do Programa Venera: a primeira fotografia na superfície de Vênus.

A sonda responsável por essa conquista foi a Venera 9, lançada em 8 de Junho de 1975.

E diferentemente das missões anteriores, quando o lander se separou da nave em 20 de outubro do mesmo ano, pouco antes de interceptar o planeta, o restante dela realizou uma manobra que a colocou em uma órbita altamente elíptica ao redor de Vênus, tornando-se o primeiro satélite a orbitar o planeta.

O pouso ocorreu em 22 de outubro às 08:13 do horário de Moscou.

E foi aí que a parte mais empolgante da missão realmente começou. |||||||entusiasmante||||

A sonda era equipada com 2 câmeras especiais posicionadas a cerca de 90 centímetros do chão que escaneavam a área ao redor.

Cada uma fotografava 180º, permitindo um panorama completo dos arredores do lander.

As duas ficavam em um ângulo de 50º inclinado para baixo, fazendo com que o meio da fotografia (de cada uma) mostrasse mais o chão enquanto os cantos mostravam mais o horizonte.

Logo depois do pouso capas protetoras das câmeras eram ejetadas.

Mas, infelizmente, uma delas falhou, impedindo um panorama completo.

Felizmente a outra funcionou perfeitamente, gerando essa imagem fantástica.

E essa câmera não funcionava da maneira como a gente tá acostumado com câmeras digitais.

Ela era bem mais parecida com uma câmera de TV da época.

Como talvez você já saiba, câmeras modernas projetam uma imagem bidimensional em um sensor que faz medições de pontos individuais chamados pixels.

Ao invés disso, a câmera desse lander escaneava a imagem lentamente ao se mover fisicamente.

Ela contava com um periscópio que podia se mover inteiro horizontalmente, cobrindo os 180º necessários.

E o seu espelho de cima se movia verticalmente, cobrindo 40º do campo de visão.

Esse conjunto de espelhos enviava a luz capturada para uma lente objetiva que focava ela em um sensor baseado em um fotomultiplicador, que basicamente transformava a luz recebida em um sinal elétrico.

Quanto mais luz, mais forte esse sinal, permitindo a captura em preto e branco.

Esse sinal elétrico era digitalizado e transmitido para a nave em órbita.

E pra sobreviver às condições do planeta a câmera ficava dentro de um compartimento especial com uma grossa camada transparente de quartzo.

Além da foto, o lander também enviou outras informações durante os 53 minutos em que funcionou.

A temperatura no local de pouso era de cerca de 485ºC e a pressão cerca de 90 atmosferas.

O lander da missão Venera 10 também teve o mesmo problema com uma das câmera e só fotografou 180º dos seus arredores.

As missões Venera 11 e 12, lançadas em setembro de 78, funcionaram de maneira semelhante mas tiveram falhas em ambas as capas das câmeras depois do pouso, impedindo a captura de imagens.

As próximas, Venera 13 e 14 também funcionaram de forma semelhante.

Mas também contavam com câmeras que podiam fotografar colorido, microfones para fazer medições acústicas e calcular a velocidade dos ventos e instrumentação capaz de colher amostras de solo e analisá-las usando Espectrometria de Fluorescência de Raios X.

As fotografias coloridas foram tiradas com a combinação de múltiplas fotos com filtros vermelho, verde e azul.

O lander da Venera 13 funcionou por incríveis 127 minutos, e o da Venera 14 por 57 minutos.

A fotografia é hoje em dia um pilar bastante importante da exploração espacial.

Capturar imagens de alta qualidade do espaço é útil para diferentes aplicações, desde satélites espiões até naves (em missões) de cunho científico. ||||||||||||||||||||di carattere|

[Mas capturar imagens digitais e transmití-las nos primórdios da exploração espacial não era tão fácil assim]. [Os primeiros satélites miltares chegaram até a recorrer a câmeras comuns que ejetavam os rolos de filme que reentravam na atmosfera em pequenas cápsulas e pousavam no oceano]. [Tem bastante história pra contar aqui e eu com certeza farei um vídeo sobre esse assunto no futuro].

O Programa Venera foi um projeto bastante duradouro e bastante ambicioso que nos permitiu entender um pouco melhor o nosso planeta vizinho. |||||||duraturo||||||||||||||

E com a descoberta de fosfina na atmosfera de Vênus, talvez seja hora de voltarmos a dar atenção para um dos mais inóspitos lugares do Sistema Solar.

É isso e até a próxima!