O drama dos europeus retidos no estrangeiro
Centenas de europeus retidos em países estrangeiros, em muitos casos noutros continentes, estão a viver dias de angústia, com a crise causada pela COVID-19 a levar muitos países a fechar as fronteiras e as companhias a anular voos.
Se alguns conseguiram já resolver o problema, para muitos o pesadelo não tem fim à vista.
É o que se passa com este turista irlandês retido no Peru:
"Disseram-nos que as fronteiras iriam fechar no dia seguinte. Chegámos ao aeroporto e, à nossa espera, tínhamos a polícia de choque, toda equipada, e o exército que não tinha problemas em apontar armas às pessoas. Fizemos todos os esforços para sair, mas não nos deram tempo. Não foi culpa nossa. É impossível deixar a cidade. A única coisa que queremos é ir para casa", conta.
"Quando estava no aeroporto internacional de Bogotá, na Colômbia, havia outros espanhóis na mesma situação que eu. Foi muito difícil conseguir um voo para Espanha. Alguns voos foram cancelados e outros eram muito caros",
[conta-nos, jornalista da euronews, teve mais sorte e conseguiu embarcar num dos últimos voos da Colômbia com destino a Espanha].
"A minha filha deveria ter regressado da Austrália hoje, via Abu Dhabi, mas os voos foram cancelados. Agora, ela e a amiga estão retidas em Melbourne e não sabemos como fazer para as trazer para casa. Estivemos seis pessoas a percorrer a Internet à procura de voos de todas as cidades da Austrália para todas as cidades do Reino Unido, através de ligações em todo o mundo e não encontrámos nada. O único voo que encontrámos custa 14.300 libras (15.600 euros) para as duas - e não sabemos como as vamos trazer para casa",
[diz, em lágrimas, mãe de uma britânica retida na Austrália, está à beira do desespero]. Com cada vez menos voos comerciais disponíveis para os europeus retidos no estrangeiro, muitos pedem agora aos líderes políticos do continente que aumentem o número de voos de repatriamento pagos pelos governos, para que possam ter os entes queridos de volta a casa.