[Palmas]
- Chegou a princesona. - Não, é um holograma.
Olha só, Felipe, a gente precisa conversar sobre isso.
- Sobre isso quê? - [Risos]
- Você sabe do que eu tô falando, Felipe. - Não, não sei, não.
Que foi?
[Risos]
- Ai, Felipe, eu tô cansada dessa merda, tá vendo? - [Uhhhh!]
- Olha só, Felipe, ou eles ou eu, tá? Chega? - Amor, não faz isso, não, é que eu preciso deles.
[Own…]
- Porque caralha você precisa deles? - É porque, porque…
Eu vou te falar porque eu preciso deles. Lembra quando a gente marcou…
um reencontro com o pessoal da faculdade? Eu fiquei contando piada…
o dia inteiro pra eles, piada o dia inteiro, ninguém deu nenhuma risadinha.
No trabalho é a mesma coisa, vou lá, conto uma piada, piada boa…
piada que eu gosto mesmo e ninguém ri nada.
É, em casa também ninguém ri, estranho, né Felipe?
- Mas eu nem falei de casa. - Vai, continua, Felipe. Hã.
Então, aí eu tava andando na Cinelândia, vi um grupo de teatro lindo na rua, aí…
eu falei “Caramba, olha só, um grupo de teatro bonito aqui.” O que eu vou fazer?
Vou contratar esses caras para rirem da minha piada e pontuar a graça. Pronto.
Eu conto piada aqui, ó: pontua, eles riram.
- E os seus amigos agora riem das suas piadas, Felipe? - Não.
- No trabalho alguém ri da sua piada agora, Felipe? - Também não.
O que que você tem para me dizer sobre isso?
- Eu fui demitido. - Ah, você tá de sacanagem.
Não, eu fui demitido por causa de implicância do Marcondes, aquele negócio que…
parece até quinta série. Eu chego lá e ele com o RH…
Com certeza não foi pelo fato de você agora viver andando com um bando de imbecil…
atrás de você que ficam rindo das suas piadas sem graças.
[Uhhh…]
- Nada a ver, mesmo, nada a ver. - Olha só, Felipe, eu tô cansada.
Porra tô estressada, sabe, trabalho o dia inteiro, parece que você não tem consideração, porra.
Ainda tô cheia de varize na perna.