ORGULHO DO PAPAI
- Ô seu comédia, esse churrasco não vai ficar pronto não, meu parceiro.
- Tá com pressa vem aqui e faz, pô... Para de rir, Nandinho baleia, pega um copo pro chupeta.
- Chupeta? Esse cara tá preso, rapaz! Tá maluco?
- Fugi!
- Pô! Na moral! - Saudade de vocês!
- Ó o Martelo!
- Tu tá igual peido de gordo, ninguém te prende hein, meu compadre.
- Ninguém me prende, irmão!
- Cara! Digdin, meu parceiro!
- Primeiramente, Digdin, segundamente, aperto de mão é o meu ovo do meio. Vem cá e me dá um abraço!
- Saudade de vocês...
- Bora, senta aí..
- Abaixa essa arma aí!
- Um brinde à volta do Chupeta!
- Brinde! - Brinde!
- Saudade dessa laje, várias histórias...
- Te falar... e as novidades, chupeta?
- Novidade? Novidade tá escrita aqui! Lê aí que é pra tu, meu parceiro!
- Ficou como?
- Lê aí!
- Não sei ler não, cara!
- Caraca.. Me dá isso aqui!
- Lê aí! Lê aí! Lê aí!
- Dá uma moral aí, não fiz nem a quinta série, pô!
- Morro do Suvaco Molhado é tomado por mais novo traficante “Chupetinha”... Chupetinha?
- Chupetinha não é teu filho? É teu filho?
- Meu moleque pô!
- Tirou onda, garoto! - Ele agora é o todo poderoso!
- E teu filho, Nandinho? Como é que tá teu filho?
- Desde 18 anos que eu não vejo esse filho da mãe, tá foragido...
- Caraca, esse moleque sempre teve o dom mesmo.
- Sempre discreto... Ninguém encontrava o menor no pique-esconde não! Tá ligado né?
- Um brinde aí pro Filho!
- Brinde!
- Aí, na moral pô, valeu!
- Agora eu quero saber como é que tá teu filho, Martelo! Pô...
- Te manda-lhe um papo, meu filho morreu pro teu ficar no lugar, parceiro!
- Caraca...
- Pô, um brinde aí!
- 5 anos no poder também... já tava na hora! Tinha que ter outro já!
- E teu moleque, Digdin?
- Meu filho? Que que tem meu filho?
- É, teu filho! Virou o que?
- Virou polícia! Virou polícia! É isso mesmo!
- Pô, teu filho virou polícia, irmão?
- É que aconteceu, né? Aconteceu! Infelizmente, aconteceu...
- Mas teu filho é sinistro, pô!
- Não, não, não! Virou polícia honesta!
- Que isso cara? Tu é X9! Tu é X9! Abaixa essa arma!
- Pô, como que você deixou isso acontecer, cara?
- A culpa não foi minha não, vagabundo! Foi culpa da vagabunda da mãe dele!
- Botou o moleque no colégio, ficou falando que bandido não dá futuro, que bandido morre cedo!
- O moleque pirou, pô! Entrou em outra dimensão no crânio dele, pô! Aí deu esse “caô” todo!
- Vocês estão ligados que quando se mistura com a galera do bem não tem volta não né?
- Eu fico bravo é porque que você foi deixar, pô! Você não tinha controle sobre o moleque?
- Porque eu TAVA PRESO!
- Entendi... é, aí sim... A gente bola logo né?
- Fala aí... tá, tá beleza! Já é, valeu!
- Quem era? - Meu filho!
- Teu filho? O quê que ele queria?
- Disse que tá vindo aí com os amigos dele!
- Pro chão todo mundo! A casa caiu!
- Eita!! Se joga!
- Vai, anda, mão na cabeça, mão na cabeça!
- Como é que fala, meu filho?
- Ahh, benção pai!
- Deus te abençoe, meu filho
- Amém, mão na cabeça! - Agora tudo bem...
- Como é que tá tua mãe?
- Tá bem!
- Queria ter visto tu crescer, pena que meu trabalho não deixou. Você ficou bonito com essa farda.
- Sabe? Tá bonito, meu garoto! Tá lembrando seu avô, Sérgio..
- Bora, carvãozinho!
- Vamos? - Vamos!
- Posso só pegar uma carninha aqui... - Ou ou! É novato, pô?
- Olha aí... - Vamos lá, meu garoto.