LUPERCE MIRANDA, o PAGANINI do bandolim - Gênios da Música Brasileira com Danilo Brito
Eita! Luperce Miranda!
Hoje eu vou falar sobre o "Paganini do bandolim"
Ou o "Paganini brasileiro"
Luperce Bezerra Pessoa de Miranda
Villa-Lobos, em 1.940, considerou Luperce Miranda um gênio
E ele era mesmo
Pernambucano velho, nasceu em 1.904
Não teve um estudo formal de bandolim
Ele tinha um domínio completo do instrumento
Mas, antes, deixe eu falar um negócio aqui
Você! Ajude com a divulgação da música brasileira
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Luperce Miranda
Luperce era um sujeito muito enérgico
Tocando, como compositor
Tinha 18 filhos
E pertinho de sua morte tinha 69 netos
E por que ele era chamado "Pagani brasileiro" ou "Paganini do bandolim"?
Porque ele tinha uma destreza extraordinária
Uma velocidade... acho que até hoje não atingida
E as suas composições eram muito difíceis de serem tocadas
Bom, já que ele tinha essa facilidade para tocar, então as músicas dele também eram difíceis
Em sua grande maioria
Mas o negócio é o seguinte, elas não eram somente difíceis
Elas eram lindas, eram obras-primas
O que a gente pode dizer de "Quando Me Lembro", sua valsa-concerto?
Ou "Prelúdio em Ré Maior"
"Picadinho à Baiana"
É um Choro de 1930
Aliás, uma de suas composições mais famosas
Inclusive tem aqui nesse canal
Vou deixar o link aqui para que você assista
"Caeté"
Ele, como bom pernambucano, tinha o frevo
"Frevendo" no sangue
Entendeu?
Os frevos eram lindos
"Caeté" é esse aqui:
Chega... para não estragar... para que você possa assistir, também, no nosso canal
"Caeté"de Luperce Miranda
E o "Picadinho à Baiana"? Só um trechinho, só para ficar com vontade
Caba bom!
As composições de Luperce Miranda
Têm um nível extraordinário
E você examina as músicas dele
Um nível de composição assim... nível internacional
Comparado com as grandes peças clássicas da música mundial
E por que ele não é tão famoso assim como compositor?
Ele é famoso como instrumentista
Todo mundo admira Luperce Miranda, quem conhece fica embasbacado
Quem escuta suas gravações, aliás, as gravações são viciantes
As de Luperce Miranda, você começa escutar...
Teve uma vez que eu fiquei uns dois, três dias escutando as músicas de Luperce Miranda, sem parar
O dia inteiro
E é uma coisa...
Enfim, conheça Luperce Miranda e você saberá do que eu estou dizendo
Aliás com as gravações originais, do próprio Luperce Miranda tocando
O Luperce como compositor
Não é tão famoso assim
Porque as música, essa é uma opinião minha,
Porque as músicas são muito difíceis de serem tocadas
Então, o bandolinista
Quando escuta uma música do Luperce: "Vixi, esse negócio não dá para mim, não"
"Isso dá um trabalho danado"
O que você gasta de energia para tocar uma peça de Luperce Miranda
Fora o risco de você estar tocando em público
E você passar por cima de uma nota
Você se perder no meio da música
Luperce Miranda não é brincadeira
É o terror dos intérpretes bandolinísticos
O Luperce, nas composições dele, você pode encontrar muita coisa
Em que ele fazia o efeito de dois bandolins
Nas composições
É uma técnica, é muito bonito esse efeito
E ele fazia a melodia
E fazia o acompanhamento, fazia o contraponto
Ao mesmo tempo
Isso, quando é tocado com violão
Você tem o polegar tocando aqui, você tem os dedos tocando aqui
Dedilhando, todos trabalhando ao mesmo tempo, mas com palheta, não
Com palheta é difícil, pois é uma coisa por vez
Mas você imagina como o sujeito fazia isso em 1.930
O assombro que foi para o mundo Luperce Miranda tocando assim:
Hei! Esse Brasil deu muito caba bom!
E ainda dá
Tem muita gente boa por aí
O Pixinguinha, quando conheceu Luperce Miranda, ficou maluco
Em 1921, 22
Queria levar Luperce Miranda para a turnê
Que ele fez em Paris
Mas aí Luperce Miranda muito jovenzinho
Parece que o pai não quis deixar
Acabou não indo
Mas Luperce nos anos de 1920, final da década de 1920
Ele já fazia sucesso
E depois fez carreira
Como solista. Fez muita fama como solista
Com músicas marcantes
Estava sempre entre as composições mais tocadas de cada ano
Com "Picadinho à Baiana"
Com uma valsa lindíssima dele, de 1.936, chamada "Foi um Sonho"
O Luperce, também, depois, integrou o próprio conjunto de Pixinguinha
Acompanhando cantores
No rádio, em gravações, em estúdio
Enfim... eu estava escutando uma gravação de Orlando Silva
Chamada "A Última Estrofe"
Uma música chamada "A Última Estrofe"
A gravação original - porque tem duas gravações de Orlando Silva
A original é dos anos de 1.930
E o Luperce está lá acompanhando
De bandolim
E eu escutava um negócio
E parecia um raio... era uma coisa incrível
E eu logo percebi que era Luperce Miranda que estava no conjunto
E Luperce fazia os contrapontos nessa região mais aguda do bandolim
Que é uma região pouco usada
Geralmente o bandolinista toca mais nessa região
Mas ele tocava aqui com a mesma facilidade que tocava aqui
Isso prova o grande domínio que ele tinha do instrumento
Isso em qualquer tonalidade
E numa velocidade
Inncrível, só escutando!
E por falar em tonalidade, o bandolim de Luperce Miranda
Não sei por qual motivo
Era afinado um tom acima
Da afinação convencional
Então se temos aqui:
Você bate nas cordas soltas assim:
Quando ele batia nas cordas soltas do bandolim dele
Soava isso aqui:
Isso também dá trabalho para quem vai tirar as músicas de Luperce de ouvido
Principalmente quando você escuta uma corda solta
Porque tem uma diferença da corda solta
E uma corda presa
Então confunde o ouvido de quem está tirando, de quem está aprendendo aquela música
E também tem o seguinte, o desenho da mão dele é completamente diferente
Você escuta um violão tocando
Tocando numa tonalidade
Só que você escuta, você imagina o desenho da mão de Luperce Miranda
E não corresponde ao que o violão está acompanhando
É um troço meio complicado
Tem gente que usava, antigamente, aquele recurso de atrasar a gravação
Para poder tirar as músicas de Luperce
Porque as músicas são muito rápidas
O que eu estava dizendo de tocar as músicas de Luperce
Não é só tocar as músicas de Luperce que é difícil
Para qualquer bandolinista, não
É tocar como ele tocava, esse é que é o negócio
Porque uma coisa é você pegar a composição do Luperce
E tocar assim:
Outra coisa é tocar como ele tocou
Mais ou menos, hein?
Bem, meus amigos
Muito obrigado por mais essa audiência
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Vamos ver se eu acerto... o negócio não é brincadeira
O velho "não dava carne a gato", como dizia meu pai
Muito obrigado, mais uma vez
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A cultura brasileira! Que beleza!
Vamos em frente!
Um grande e forte abraço!