A sutil arte de ligar o f*da-se | Resumo Arata Academy 04
Você não é especial.
A felicidade é um problema.
O sofrimento não deve ser evitado.
Você está errado em tudo.
Essas ideias vão no sentido contrário de quase todos os materiais de desenvolvimento
pessoal.
E são algumas das ideias que formam a base do livro A Sutil Arte de Ligar o F*da-se,
de Mark Manson.
Esse título representa a rejeição pela busca por um ideal de sucesso imposto pela
sociedade.
É o desligamento da pressão por sempre pensar positivo.
É não aceitar o sentimento de inferioridade por não corresponder ao que os outros esperam
de você.
No Resumo Arata Academy de hoje nós vamos conhecer uma estratégia diferente para você
ter uma vida melhor se libertando da pressão de ter que parecer feliz e otimista o tempo
todo.
Mesmo que você não concorde com todas as ideias apresentadas, veja como elas têm o
poder de provocar uma reflexão sobre os caminhos que você está planejando para a sua própria
vida.
Pensar positivo não é a chave para a felicidade
Muitos materiais de desenvolvimento pessoal propagam a ideia de que pensar positivo é
a chave para sermos pessoas mais felizes, ricas e produtivas.
Essa ideia também parece ter contaminado as redes sociais.
Muitos perfis de empresas, celebridades, influenciadores e até mesmo dos nossos amigos tentam construir
essa ideia de uma vida positiva, otimista e até mesmo extraordinária.
Porém, nós sabemos que a vida real não é assim.
Nem todas as pessoas são extraordinárias.
E mesmo a vida das pessoas extraordinárias não é feita somente de momentos especiais.
E tudo bem.
O primeiro passo para recusar essa ideia de vida perfeita é aceitar que você não é
especial.
É aceitar os aspectos negativos da sua vida.
É ter clareza de que nem todas as oportunidades do mundo vão servir para você.
Essa mensagem é especialmente valiosa para quem sofre tentando viver uma realidade que
não é viável.
Se você é daquelas pessoas que há tempos tenta ter uma vida muito fora da sua realidade,
essa aceitação vai te trazer um sentimento de tranquilidade e satisfação.
Ao diminuir a sua expectativa, você também diminui a sua frustração.
Sei que você provavelmente você já ouviu o conselho de que não deve desistir dos seus
sonhos.
É um conselho bonito, mas que na prática pode ser uma grande fonte de insatisfação.
Por exemplo, digamos que você tenha o sonho de ser um jogador de futebol profissional.
Você até tentou, mas já está com trinta e cinco anos e nunca disputou uma partida
profissionalmente.
Será que você deve mesmo insistir nisso?
Não seria melhor desistir desse sonho e buscar outros mais realizáveis?
Não desistir dos seus sonhos traz um problema.
O problema de você estar sempre focado naquilo que você NÃO tem.
Em um futuro que você gostaria que fosse de determinada maneira.
Só que isso faz com que você deixe de aproveitar o momento presente, que você deixe de apreciar
e agradecer aquilo que você JÁ tem.
Quanto mais tentamos nos sentir bem o tempo todo, mais insatisfeitos ficamos, pois a busca
por alguma coisa só reforça o fato de que não temos essa coisa.
Qual seria a alternativa?
Aceitar os aspectos negativos da nossa vida.
Aceitar nossas limitações.
Aceitar as nossas falhas.
Você não precisa ser indiferente a tudo
Você não precisa ser indiferente ao que os outros pensam de você.
Não precisa ignorar os problemas da vida.
Não é para ter raiva de desenvolvimento pessoal.
Essa é uma visão equivocada.
Você não deve ser uma pessoa apática e indiferente a tudo em sua vida.
Você deve se tornar alguém que aprende a se sentir confortável com as falhas, com
as diferenças e com as próprias limitações da vida.
Você não deve ficar indiferente para o que as outras pessoas vão pensar de você.
O que você precisa é parar de se importar com pequenos detalhes que causam pouco impacto
na sua vida.
É necessário priorizar a atenção no que realmente importa.
Você não tem o poder de escolher o que acontece com a sua vida.
Mas tem a capacidade de escolher aquilo com que você quer se importar.
E o seu foco determina a sua realidade.
A busca pela felicidade pode se tornar um problema
Pare de procurar resolver todos os problemas da sua vida para finalmente ser feliz.
Sabe aquela ideia que a gente tem de que se tivéssemos determinado tipo de corpo, se
tivéssemos certa quantia de dinheiro ou até se tivéssemos um bom relacionamento amoroso
seríamos muito mais felizes?
Essa é uma ideia estudada há milhares de anos.
E a conclusão é que essa felicidade ideal nunca chega.
Assim que nós conquistamos os objetivos que nós achamos que nos farão felizes, novos
objetivos surgem imediatamente.
E o ciclo nunca termina.
Essa busca por uma vida ideal nunca vai ser concluída.
Em vez disso, é melhor aceitar que a dor, a perda e os problemas fazem parte da nossa
existência e não devem ser evitados.
Não condicione sua felicidade à conquista do que você quer ou à fuga daquilo que você
não quer.
Assim, fica muito mais fácil experimentar felicidade todos os dias da sua vida.
Aceite que você não é especial
Você já deve ter ouvido em algum programa, livro, curso ou rede social a ideia de que
você é especial.
Essa é uma mensagem muito difundida hoje em dia, para aumentar a auto estima das pessoas
e ajudar essas pessoas a realizar seus objetivos.
Só que essa abordagem tem um grande problema.
Acreditar ser especial faz com que você se sinta intitulado, ou seja, como se você tivesse
direito a ter resultados.
As pessoas intituladas fazem menos esforço para superar dificuldades.
O problema de você acreditar ser especial é que quando algo bom acontece na sua vida,
você acredita que é por mérito seu.
E quando algo indesejado acontece, você terá a tendência de culpar os outros, pois, como
você é especial, o erro não foi seu.
Isso prejudica a capacidade de assumir responsabilidade e promover melhorias.
Não confunda ser único com ser especial.
Você é único.
Suas experiências de vida, suas ideias, seus sonhos são diferentes de outras pessoas.
Porém, apenas o fato de ser único não significa que você seja especial.
Se todo mundo é especial, ninguém é especial.
Ou todos são especiais e isso não faz diferença alguma.
Algumas pessoas passam a acreditar que são especiais por conta de algum trauma sofrido.
Essas pessoas começam a se sentir vítimas e começam a agir como vítimas.
Acreditar que você é especial leva as pessoas a agirem de forma mais egoísta, como se o
mundo devesse alguma coisa a elas.
Esse tipo de autocentramento, de manter toda a atenção voltada ao seu próprio umbigo,
é fonte certa de insatisfação.
Acreditar que você DEVERIA SER especial leva as pessoas a ficarem se comparando com outras
pessoas que veem na televisão, no cinema ou nas redes sociais.
Você fica comparando os seus bastidores com o palco dos outros e isso só traz frustração.
O desejo de ter mais experiências positivas é, em si, uma experiência negativa.
E, paradoxalmente, a aceitação da experiência negativa é, em si, uma experiência positiva.
Por isso a saída é você aceitar que você não é especial, no sentido de que nem todas
as pessoas podem ser extraordinárias em tudo.
Em algumas coisas você é bom, em outras não, e está tudo bem.
Essa diversidade é uma das graças da vida.
O sofrimento tem o seu valor
Outra ideia muito popular hoje em dia é a de evitar o sofrimento.
Nós estamos sempre querendo evitar problemas.
Isso nos faz estar buscando sempre mais conforto, mais segurança, mais coisas fáceis.
A questão é que o sofrimento também pode nos fazer crescer.
Para isso, é necessário desenvolvermos nosso autoconhecimento.
Quando você entende quais são os valores que orientam a sua vida, você terá uma melhor
percepção de seus fracassos e sucessos.
Bons valores são 1) realistas, 2) socialmente construtivos e 3) imediatos e controláveis.
Por exemplo, honestidade, inovação, vulnerabilidade, defender o que você acredita, respeito, humildade,
criatividade.
Valores ruins são 1) supersticiosos, 2) socialmente nocivos e 3) não imediatos nem controláveis.
Por exemplo: manipulação, violência, hedonismo, querer ser o centro das atenções, ficar
rico para poder ostentar.
Priorizar valores melhores é escolher se importar com coisas melhores.
Essas coisas nos trazem problemas melhores, e, com eles, a vida é melhor.
Quando você tem clareza do que mais valoriza, você assume o controle da sua vida.
Você decide conscientemente enfrentar os problemas bons, os problemas que vão te fazer
crescer como pessoa.
A ideia não é fugir dos problemas.
É descobrir com qual tipo de problema você prefere lidar.
Se você não tomar essa decisão consciente, você também estará fazendo uma escolha.
De uma maneira ou de outra, nós estamos sempre escolhendo.
Tudo o que acontece na nossa vida é de nossa responsabilidade.
Claro que algumas coisas fora do nosso controle acontecem.
Mas nós temos a responsabilidade de escolher como interpretamos esses acontecimentos e
a forma como nós reagimos.
Aprenda a aceitar que os problemas existem.
A aceitação é o primeiro passo para resolver os problemas.
Como próximo passo você deve assumir a responsabilidade.
Muitas pessoas se recusam aceitar a responsabilidade de fazer algo a respeito pois possuem medo
de assumirem culpa.
São dois conceitos diferentes.
Não confunda a culpa com a responsabilidade.
Quando você procura por culpa, você está focado em punir.
Quando você pensa na responsabilidade, você está focado na solução que você pode implementar.
A felicidade está em resolver problemas.
Se você evita os problemas ou acha que não tem nenhum problema, está no caminho da infelicidade.
Se acha que não consegue resolver seus problemas, também estará no caminho da infelicidade.
O segredo está em resolver os problemas, e não em não ter problemas.
A verdadeira felicidade só acontece quando você descobre quais problemas gosta de ter
e de resolver.
Você está sempre errado, pois o aprendizado é interminável
Nós estamos sempre buscando certezas.
Queremos comer os alimentos certos.
Queremos encontrar o parceiro certo.
Queremos investir no negócio certo.
Essas certezas muitas vezes são distrações que nos impedem de encontrar novas formas
de desenvolvimento.
Se você tem certeza que tem tendência a engordar e ficar doente, isso limita você
de encontrar uma alimentação saudável.
Se você tem certeza de que não é atraente, isso limita você de encontrar um bom parceiro.
Se você acredita que não é bom com números, isso limita você de fazer bons investimentos.
Se você não questionar as suas certezas, pode estar se limitando e se sabotando.
Em vez de cultivar essas certezas, você deve aprender a reconhecer que está sempre errado
e buscar apenas estar um pouco menos errado a cada dia.
O aprendizado é interminável.
Por mais conhecimento que você tenha, a quantidade de coisas que você não sabe é sempre muito
maior do que a quantidade de coisas que você sabe.
O importante é estar melhorando sempre.
Isso requer a coragem de você matar o seu antigo EU para poder abrir espaço para um
novo EU.
Essa reinvenção constante é essencial para o seu desenvolvimento como pessoa.
Fracassar é parte do processo
Quando estamos buscando certezas e evitando o sofrimento, lá no fundo nós queremos fugir
do fracasso.
Desde pequenos somos programados a acreditar que o fracasso é algo ruim e que deve ser
punido.
Somos repreendidos quando fracassamos em alguma atividade.
Levamos uma nota baixa quando fracassamos na escola.
Somos demitidos quando fracassamos em um trabalho.
Porém, o fracasso faz parte da nossa vida.
Fracassar é seguir em frente.
Não existe desenvolvimento pessoal ou profissional sem fracassos.
Evitar sentimentos negativos só aprofunda e prolonga esses maus sentimentos, levando
a problemas emocionais.
Positividade constante é uma forma de fuga, não uma solução válida para os problemas
da vida.
A melhor forma de se livrar do medo do fracasso é adotar o princípio da ação.
Faça alguma coisa.
Sempre que você estiver paralisado com medo de fazer ou deixar de fazer algo, simplesmente
entre em ação e observe os resultados.
Isso não significa que você vai deixar de ter medo.
Significa apenas que você vai agir APESAR do medo.
Veja o episódio Oi!
Seiiti Arata número 132
O simples fato de você se colocar em ação, mesmo que leve ao fracasso, vai fazer com
que as coisas aconteçam.
E, no mínimo, você vai ter uma lição a ser aprendida.
Você precisa aprender a dizer não
Assim como o fracasso faz parte do processo, a rejeição também tem o seu lado positivo.
A maioria das pessoas tem muita dificuldade em dizer não.
Nós não queremos parecer mal educados, não queremos abrir mão de algo ou simplesmente
associamos a palavra não a uma perda.
Muitas vezes nós precisamos aprender a dizer não para uma coisa para podermos ter outras.
Esse é um jogo eterno de escolhas que temos que fazer ao longo da vida.
Quem tenta abraçar tudo acaba ficando com nada.
Ou acaba tendo que atender tantas demandas que termina sem ter tempo para o que realmente
importa.
É fundamental aprender a estabelecer limites saudáveis.
Você precisa ter clareza para escolher o que é importante para você e assim saber
dizer não para o que não é importante.
Essa escolha deve ser feita com base nos seus valores pessoais.
Logo logo você vai morrer
Todos nós evitamos pensar no tema da morte.
Não queremos admitir para nós mesmos que logo logo nós vamos morrer.
Esse receio é justificável.
Queremos aproveitar o máximo da vida, e não pensar no dia em que não estaremos mais aqui.
Mas essa tendência a evitar pensar na morte faz com que a gente desperdice o nosso tempo.
Quando você se lembra que vai morrer, você tem mais motivação para parar de perder
tempo com coisas de pouca importância.
Esse é o lado bom de pensar na morte.
Quantos minutos você passaria em uma rede social se soubesse que tem um dia de vida?
Quanto tempo ficaria longe das pessoas de quem você gosta?
Quanto tempo ficaria fazendo atividades que detesta só para ganhar algum dinheiro?
A questão é que você pode ter só um dia de vida.
Independente da sua idade ou da sua saúde, ninguém sabe quanto tempo ainda tem aqui
na Terra.
E um dos nossos maiores desafios é justamente saber como levar a vida quando não fazemos
a mínima ideia de quanto tempo ela vai durar.
Precisamos pensar no longo prazo para garantir o nosso futuro incerto ao mesmo tempo em que
precisamos aproveitar o momento presente, pois ele pode ser o último que temos.
A melhor maneira de lidarmos com esse paradoxo é vivendo de acordo com os nossos valores.
Se você vive a sua vida seguindo um código de ética que criou para si mesmo, vai deixar
um legado independente se a data da sua morte for hoje ou daqui a noventa anos.
Quem vive plenamente de acordo com bons valores está preparado para morrer a qualquer momento.
Se você construir uma lista sólida de valores e conseguir viver de acordo com esses valores,
vai poder viver bem a sua vida independente do tempo e também vai pode sutilmente deixar
de ser importar com todas as outras coisas que não estão entre as que você valoriza.
Pare de se preocupar com o que a sociedade pensa de você.
Não viva sua vida comparando com o padrão dos outros.
Viva a sua vida de forma consciente e de acordo com os seus valores.
Sempre que você se sentir triste, inseguro ou ansioso a causa provavelmente vai estar
na diferença entre a sua conduta e aquilo que você valoriza.
Sempre que você estiver paralisado, com medo ou mesmo quando não souber o que fazer a
seguir, consulte a sua lista de valores que a resposta estará lá.
Para você que quer se aprofundar nisso e descobrir como gerar a sua própria lista
de valores, eu gravei uma aula especial do curso Planejando Sua Vida só sobre como descobrir
e hierarquizar os seus mais altos valores pessoais.
Você pode ver essa aula especial agora mesmo acessando https://arata.se/planejandosuavida