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Buenas Ideias, LUND: O VERDADEIRO HOMEM DAS CAVERNAS - EDUARDO BUENO - YouTube (2)

LUND: O VERDADEIRO HOMEM DAS CAVERNAS - EDUARDO BUENO - YouTube (2)

a primeira grande praça pública do Brasil aqui no Rio de Janeiro, maravilhosa ali na

avenida Beira-Mar, depois seria a avenida Beira-Mar ali, um lindo parque que ainda existe

só que agora grrrh, como tudo no Brasil, mas uma praça pública, um passeio público

lindíssimo, o Riedel tinha sido o diretor! Depois o Riedel seria o diretor da seção

de botânica do Museu Nacional, aquele que vocês botaram fogo. E aí o Riedel foi e

trabalhou também do lado do Lund lá fazendo um trabalho incrível. Ele dá um relato,

um relato não, ele escreve um livro de como os camponeses brasileiros (camponês é a

palavra que ele usa), deveriam plantar, um plantio sustentável, tal, um cara incrível.

Mas o cara mais incrível dos que ele, que viriam visitar ele lá, foi um cara chamado

Eugene Warming, que também era lá dos países nórdicos, tá, e que era um botânico que

inventou a palavra "ecologia". O cara inventou, foi o primeiro cientista a escrever a palavra

"ecologia". Escreveu um livro em sei lá, 1906, 7, ele escreveu um livro chamado Lagoa

Santa, no qual ele descreve a água santa da Lagoa e descreve toda a vegetação do

cerrado brasileiro, esse cerrado que está sob o ataque de plantador de soja, de criador

de gado, o cerrado brasileiro que está sendo exterminado, que está sendo queimado, o serrado

que é um bioma incrível, um bioma incrível, que prepara a transição da caatinga pra

Amazônia. Caatinga, cerrado, Amazônia. Um lugar mágico, um bioma inacreditável, né,

com técnicas de sobrevivência das plantas que fazem com que elas cresçam assim retorcidas

e com a casca grossa, né, que é uma peculiaridade evolucionista incrível, dessas plantas, tá,

esse é Eugênio Warning estudou nesse livro incrível que só sairia no Brasil muito tempo

depois, com o Lund. Mas tudo isso, cara, é só a introdução. Porque enquanto estava

pesquisando esses animais, animais antediluvianos, nas grutas de calcário, o Lund primeiro viu

pinturas que só poderiam ter sido feitas por humanos. E mostravam seres humanos interagindo

com esses animais pré-históricos, cara. Caçando tigre de dente de sabre. Caçando

megatério. Junto com hipsodontes que é o tatu gigante que parecia um fusca, né cara.

E aí cara, o Lund olha aquilo e diz "não é possível, cara", os seres humanos conviveram

com esses animais. E o Cuvier, que era o mestre dele, dizia que... A teoria do Cuvier era

tão eurocêntrica e tão branquela e tão arrogante que dizia que o Novo Mundo era tão

chinelão ao Velho Mundo que nem pré-história tinha. Hahaha! Que o Novo Mundo era Novo Mundo

em todos os sentidos, então que não poderia, que o homem não poderia ter vivido lá, que

os índios eram uns chinelão, que eles tinham chegado não se sabe da onde, mas que é óbvio

que não havia pré-história no Novo Mundo. E aí o Lund, além de ver essas pinturas,

um dia numa dessas grutas, a gruta do Sumidouro, a gruta do Sumidouro, ele encontra um cemitério

com 30 ossadas humanas. São os primeiros registros fósseis de seres humanos encontrados

no Novo Mundo. E isso causaria uma revolução enorme na paleontologia e no estudo da pré-história,

tão grande que só muitos anos depois do próprio Lund esses ossos viriam a ser propriamente

estudados. O próprio Lund se paralisa. Depois de descobrir esses ossos ele nunca mais escavou.

Nunca mais escavou. Porque aquilo afrontou de tal forma as convicções religiosas dele,

a certeza que ele adquiriu de que a Bíblia estava errada, evidentemente errada, que o

mundo não tinha 5.435 anos, que aqueles registros fósseis, embora não tivesse ainda o carbono

14, tinham de 12 a 14 mil anos de idade! Aquilo o paralisou grandemente. Mesmo assim toda

a pesquisa dele foi usada pelo Darwin, ele é citado pelo Darwin, o Darwin cita o extraordinário

trabalho do doutor Peter William Lund no seu livro "A Origem das Espécies", entendeu.

Mas o próprio Lund teve muita dificuldade em se relacionar com a obra do Darwin justamente

pelo seu âmago religioso luterano que ainda existia dentro dele, num grande conflito,

né. Ele passa o resto da sua vida estudando o que ele tinha coletado, mas ele não cava

mais, né, não escava mais. Bom, e aí você sabe que em 1970 e tantos, será que eu anotei

aqui em algum lugar, em 1975, ali, naquelas grutas mesmo foi descoberto o esqueleto de

Luzia, a mais antiga mulher do Brasil que nunca escondeu a idade, rá! Doze mil anos

de idade e é um crânio né, que QUEIMOU, QUE QUEIMOU, aqui no Museu Nacional, quer

dizer, sobrou não sei bem direito, agora tô perdido aqui mas sobreviveu Luzia mas

não sei se a Luzia original, cujo crânio estava no Museu Nacional, né, e provando

que a a a pelo menos uma leva de ocupação do Novo Mundo foi feita por povos negroides,

né, porque ela não era mongoloide, né, ela não era siberiana, digamos, não tinha

essas ããã as linhas digamos, asiáticas no seu rosto. Quando o resto dela foi reconstituído,

você tá vendo aqui o rosto dela reconstituído, aqui o rosto dela reconstituído... Era com

traços negroides. Foi descoberto ali também. Portanto, cara, é uma região incrível,

é uma região sagrada, é uma região santa, né. E os homens das cavernas, especialmente

os homens que estudam as cavernas, e também os homens que eventualmente também já viveram

em cavernas, são muito superiores e muito transcendentes a energúmenos, apedeutas e

néscios, NÉSCIOS, ENERGÚMENAS E APEDEUTAS que já ocuparam a tribuna da ONU, onde já

esteve inclusive Oswaldo Aranha, para falar "o homem das cavernas, querem que eles vivam

como o homem das cavernas". Mas o fato é que muitos brasileiros continuam, e já eram

naquela época, homens das cavernas. Porque você sabe qual é o fim dessa história?

O fim dessa história... O Peter Lund morre no fim. Aliás, esqueci de falar uma coisa.

SEMPRE quem financiou todo o trabalho do Peter Lund no Brasil foi a Real Academia de Ciências

de Copenhague na Dinamarca. Nunca o Brasil deu UM TOSTÃO, um TOSTÃO pra ele explorar,

pra ele fazer os seus estudos lá. Por isso que GRAÇAS A DEUS a maior parte das ossadas

e dos fósseis que ele encontrou, estão, GRAÇAS A DEUS, NA DINAMARCA! Porque se estivessem

aqui VOCÊS TERIAM POSTO FOGO NELES NA P*RRA DO MUSEU NACIONAL OU NOUTRO MUSEU, ou teriam

jogado fora. Então, graças a deus ele era mais um cientista explorador que veio "roubar"

do Brasil (ainda bem!) e mandou para fora os ossos de lá. Ele morreu no dia 25 de maio

de 1880, se eu errei a data depois aparece a certa aqui, mas acho que foi isso, 25 de

maio de 1880, e ele deixou recomendações fixas de como ele queria que fosse o seu enterro.

Primeiro, ele queria ser enterrado aos pés de um pequizeiro, essa árvore maravilhosa

do pequi que ele mesmo tinha plantado e era frondosa e que ainda está lá no cemitério

de Lagoa Santa, eu fui lá, eu fui lá rezar na tumba dele. Ele determinou que iria ser

enterrado ali e que ele não queria choro nem vela, nem uma fita amarela. Ele queria

três dias de festa, foguetórios, folguedos e danças ã ã na sua amada vila de Lagoa

Santa e que durante três dias a banda que ele sustentava e que ele tinha criado... Sim,

ele tinha criado uma banda, uma banda de música clássica e também de música popular, em

Lagoa Santa, que ele financiava, ele queria que a banda ficasse tocando e que se jogassem

rojões por três dias. A questão é que no terceiro dia os rojões acabaram e o povo,

bom povo de Lagoa Santa, pra cumprir as ordens do Doutor Lund, sabe o que que fez? Queimou

os 1200 livros da biblioteca dele! Arrancando página por página e enfiando umas coisas

pra fazer rojões. E assim, o conhecimento contido naqueles livros tornou-se uma espécie

de poeira estelar cintilando e iluminando a escuridão do céu tropical com as fagulhas

da ignorância daqueles que nunca entenderam o que é ciência e que, cem anos depois,

continuam dispostas a atacá-la. E ainda usam a expressão "homem das cavernas" numa tribuna

da ONU. Xô, troglodita. Falou. É isso aí. Vou no canto chorar enquanto rio. É isso

aí. Tchau. "O que você acaba de ver está repleto de generalizações e simplificações,

mas o quadro geral era esse aí mesmo. Agora, se você quiser saber como as coisas de fato

foram, ah, então você vai ter que ler".


LUND: O VERDADEIRO HOMEM DAS CAVERNAS - EDUARDO BUENO - YouTube (2)

a primeira grande praça pública do Brasil aqui no Rio de Janeiro, maravilhosa ali na

avenida Beira-Mar, depois seria a avenida Beira-Mar ali, um lindo parque que ainda existe

só que agora grrrh, como tudo no Brasil, mas uma praça pública, um passeio público

lindíssimo, o Riedel tinha sido o diretor! Depois o Riedel seria o diretor da seção

de botânica do Museu Nacional, aquele que vocês botaram fogo. E aí o Riedel foi e

trabalhou também do lado do Lund lá fazendo um trabalho incrível. Ele dá um relato,

um relato não, ele escreve um livro de como os camponeses brasileiros (camponês é a

palavra que ele usa), deveriam plantar, um plantio sustentável, tal, um cara incrível.

Mas o cara mais incrível dos que ele, que viriam visitar ele lá, foi um cara chamado

Eugene Warming, que também era lá dos países nórdicos, tá, e que era um botânico que

inventou a palavra "ecologia". O cara inventou, foi o primeiro cientista a escrever a palavra

"ecologia". Escreveu um livro em sei lá, 1906, 7, ele escreveu um livro chamado Lagoa

Santa, no qual ele descreve a água santa da Lagoa e descreve toda a vegetação do

cerrado brasileiro, esse cerrado que está sob o ataque de plantador de soja, de criador

de gado, o cerrado brasileiro que está sendo exterminado, que está sendo queimado, o serrado

que é um bioma incrível, um bioma incrível, que prepara a transição da caatinga pra

Amazônia. Caatinga, cerrado, Amazônia. Um lugar mágico, um bioma inacreditável, né,

com técnicas de sobrevivência das plantas que fazem com que elas cresçam assim retorcidas

e com a casca grossa, né, que é uma peculiaridade evolucionista incrível, dessas plantas, tá,

esse é Eugênio Warning estudou nesse livro incrível que só sairia no Brasil muito tempo

depois, com o Lund. Mas tudo isso, cara, é só a introdução. Porque enquanto estava

pesquisando esses animais, animais antediluvianos, nas grutas de calcário, o Lund primeiro viu

pinturas que só poderiam ter sido feitas por humanos. E mostravam seres humanos interagindo

com esses animais pré-históricos, cara. Caçando tigre de dente de sabre. Caçando

megatério. Junto com hipsodontes que é o tatu gigante que parecia um fusca, né cara.

E aí cara, o Lund olha aquilo e diz "não é possível, cara", os seres humanos conviveram

com esses animais. E o Cuvier, que era o mestre dele, dizia que... A teoria do Cuvier era

tão eurocêntrica e tão branquela e tão arrogante que dizia que o Novo Mundo era tão

chinelão ao Velho Mundo que nem pré-história tinha. Hahaha! Que o Novo Mundo era Novo Mundo

em todos os sentidos, então que não poderia, que o homem não poderia ter vivido lá, que

os índios eram uns chinelão, que eles tinham chegado não se sabe da onde, mas que é óbvio

que não havia pré-história no Novo Mundo. E aí o Lund, além de ver essas pinturas,

um dia numa dessas grutas, a gruta do Sumidouro, a gruta do Sumidouro, ele encontra um cemitério

com 30 ossadas humanas. São os primeiros registros fósseis de seres humanos encontrados

no Novo Mundo. E isso causaria uma revolução enorme na paleontologia e no estudo da pré-história,

tão grande que só muitos anos depois do próprio Lund esses ossos viriam a ser propriamente

estudados. O próprio Lund se paralisa. Depois de descobrir esses ossos ele nunca mais escavou.

Nunca mais escavou. Porque aquilo afrontou de tal forma as convicções religiosas dele,

a certeza que ele adquiriu de que a Bíblia estava errada, evidentemente errada, que o

mundo não tinha 5.435 anos, que aqueles registros fósseis, embora não tivesse ainda o carbono

14, tinham de 12 a 14 mil anos de idade! Aquilo o paralisou grandemente. Mesmo assim toda

a pesquisa dele foi usada pelo Darwin, ele é citado pelo Darwin, o Darwin cita o extraordinário

trabalho do doutor Peter William Lund no seu livro "A Origem das Espécies", entendeu.

Mas o próprio Lund teve muita dificuldade em se relacionar com a obra do Darwin justamente

pelo seu âmago religioso luterano que ainda existia dentro dele, num grande conflito,

né. Ele passa o resto da sua vida estudando o que ele tinha coletado, mas ele não cava

mais, né, não escava mais. Bom, e aí você sabe que em 1970 e tantos, será que eu anotei

aqui em algum lugar, em 1975, ali, naquelas grutas mesmo foi descoberto o esqueleto de

Luzia, a mais antiga mulher do Brasil que nunca escondeu a idade, rá! Doze mil anos

de idade e é um crânio né, que QUEIMOU, QUE QUEIMOU, aqui no Museu Nacional, quer

dizer, sobrou não sei bem direito, agora tô perdido aqui mas sobreviveu Luzia mas

não sei se a Luzia original, cujo crânio estava no Museu Nacional, né, e provando

que a a a pelo menos uma leva de ocupação do Novo Mundo foi feita por povos negroides,

né, porque ela não era mongoloide, né, ela não era siberiana, digamos, não tinha

essas ããã as linhas digamos, asiáticas no seu rosto. Quando o resto dela foi reconstituído,

você tá vendo aqui o rosto dela reconstituído, aqui o rosto dela reconstituído... Era com

traços negroides. Foi descoberto ali também. Portanto, cara, é uma região incrível,

é uma região sagrada, é uma região santa, né. E os homens das cavernas, especialmente

os homens que estudam as cavernas, e também os homens que eventualmente também já viveram

em cavernas, são muito superiores e muito transcendentes a energúmenos, apedeutas e

néscios, NÉSCIOS, ENERGÚMENAS E APEDEUTAS que já ocuparam a tribuna da ONU, onde já

esteve inclusive Oswaldo Aranha, para falar "o homem das cavernas, querem que eles vivam

como o homem das cavernas". Mas o fato é que muitos brasileiros continuam, e já eram

naquela época, homens das cavernas. Porque você sabe qual é o fim dessa história?

O fim dessa história... O Peter Lund morre no fim. Aliás, esqueci de falar uma coisa.

SEMPRE quem financiou todo o trabalho do Peter Lund no Brasil foi a Real Academia de Ciências

de Copenhague na Dinamarca. Nunca o Brasil deu UM TOSTÃO, um TOSTÃO pra ele explorar,

pra ele fazer os seus estudos lá. Por isso que GRAÇAS A DEUS a maior parte das ossadas

e dos fósseis que ele encontrou, estão, GRAÇAS A DEUS, NA DINAMARCA! Porque se estivessem

aqui VOCÊS TERIAM POSTO FOGO NELES NA P*RRA DO MUSEU NACIONAL OU NOUTRO MUSEU, ou teriam

jogado fora. Então, graças a deus ele era mais um cientista explorador que veio "roubar"

do Brasil (ainda bem!) e mandou para fora os ossos de lá. Ele morreu no dia 25 de maio

de 1880, se eu errei a data depois aparece a certa aqui, mas acho que foi isso, 25 de

maio de 1880, e ele deixou recomendações fixas de como ele queria que fosse o seu enterro.

Primeiro, ele queria ser enterrado aos pés de um pequizeiro, essa árvore maravilhosa

do pequi que ele mesmo tinha plantado e era frondosa e que ainda está lá no cemitério

de Lagoa Santa, eu fui lá, eu fui lá rezar na tumba dele. Ele determinou que iria ser

enterrado ali e que ele não queria choro nem vela, nem uma fita amarela. Ele queria

três dias de festa, foguetórios, folguedos e danças ã ã na sua amada vila de Lagoa

Santa e que durante três dias a banda que ele sustentava e que ele tinha criado... Sim,

ele tinha criado uma banda, uma banda de música clássica e também de música popular, em

Lagoa Santa, que ele financiava, ele queria que a banda ficasse tocando e que se jogassem

rojões por três dias. A questão é que no terceiro dia os rojões acabaram e o povo,

bom povo de Lagoa Santa, pra cumprir as ordens do Doutor Lund, sabe o que que fez? Queimou

os 1200 livros da biblioteca dele! Arrancando página por página e enfiando umas coisas

pra fazer rojões. E assim, o conhecimento contido naqueles livros tornou-se uma espécie

de poeira estelar cintilando e iluminando a escuridão do céu tropical com as fagulhas

da ignorância daqueles que nunca entenderam o que é ciência e que, cem anos depois,

continuam dispostas a atacá-la. E ainda usam a expressão "homem das cavernas" numa tribuna

da ONU. Xô, troglodita. Falou. É isso aí. Vou no canto chorar enquanto rio. É isso

aí. Tchau. "O que você acaba de ver está repleto de generalizações e simplificações,

mas o quadro geral era esse aí mesmo. Agora, se você quiser saber como as coisas de fato

foram, ah, então você vai ter que ler".