HANS STADEN - O LIVRO MAIS SABOROSO DO BRASIL - EDUARDO BUENO (2)
a eles.
Tá, mas o que interessa é que mais ou menos nesses anos 40 também o Cândido Portinari,
o Cândido Portinari, cara, faz 26 gravuras baseadas nas gravuras originais do Hans Staden.
Inclusive se diz que os esboços originais foram feitos de própria mão pelo Hans Staden
lá em 1557.
São esses que tão aqui nesse livro aqui e que você depois vão... todo mundo já
conhece, né, são esses aqui ó.
Teriam sido feitos a mão pelo próprio Hans Staden ou por orientação dele.
Mas o que interessa é que depois de ele ter publicado isso em 1557 esses esboços chegaram
nas mãos do grande gravador Theodor de Bry, o maior desenhista daquele momento de livros
históricos ali na Europa... e em 1592 o Theodor de Bry fez essas gravuras que agora vão entrar
aqui em tela cheia e vão ficar desfilando e você vai ver isso agora com um fascínio
beirando a morbidez...
Todos os detalhes do banquete antropofágico e da prisão do Hans Staden detalhados pela
pena meticulosa e maravilhosa do Theodor de Bry baseado nas gravuras originais do próprio
Hans Staden, se supõe.
E aí o Cândido Portinari faz também essa revisão incrível, né.
E não por acaso o Portinari e os modernistas influenciaram o Cinema Novo brasileiro e aí
em 1971 no auge...
No auge não, né, mas assim, quando o Cinema Novo ainda tinha grande importância no Brasil
e no mundo, o Nelson Pereira dos Santos, o brilhante, maravilhoso diretor, que foi inclusive
o primeiro cineasta a fazer parte da Academia Brasileira de Letras, porque os filmes dele,
muito deles eram baseados em livros, né, inclusive, claro...
Vidas Secas, né, que é um clássico maravilhoso, Memórias do Cárcere, baseado no Graciliano
Ramos, né... também do Graciliano Ramos.
Ele filmou Como Era Gostoso Meu Francês... embora se chame francês no filme na verdade,
cê sabe, blablablá, que é baseado no Hans Staden, né.
Então você vê toda a repercussão que esse livro teve no Brasil e na historiografia brasileira.
Agora só falta você ir até a livraria mais próxima comprar o livro de Eduardo Bueno,
ah!
Não, não, não... eu não vou falar desse livro aqui, Textos Contraculturais... comprar
essa versão espetacular desse livro, não tô brincando, o prefácio é meu, a tradução
é direta do alemão do Angel Bojadsen... depois vai aparecer o nome certinho aqui,
eu ridiculamente pronunciei mal...
É uma puta tradução, é super legal, traduzido direto do alemão com esse prefácio meu,
com notas...
Cara, é uma história incrível!
E essa história deixa claro mais uma vez que um país tem que ser feito com homens
e livros, frase do Monteiro Lobato.
Como o primeiro artigo tá em falta no mercado, recorra aos livros de Eduardo Bueno e você
pode ler e ver o canal ao mesmo tempo.
Chega acabou, fim, enchi meu saco.
“O que você acaba de ver está repleto de generalizações e simplificações, mas
o quadro geral era esse aí mesmo!
Agora, se você quer saber como as coisas de fato foram...
Ah, então você vai ter que ler!".