VIRALIZA
— Nós somos uma agência de marketing viral.
— Marketing viral?
— Mas viral infantil.
— Viral infantil.
— O, o, o cliente que quer se infiltrar nesse mercado,
infantil ele procura a gente,
e ai a gente desenvolve essas brincadeiras,
essas coisas lúdicas,
bem no universo da criança.
— Nosso objetivo é tá fazendo a marca bombar,
nesse terreno difícil de penetrar que é
o parquinho,
sabe, a colônia de férias,
o trepa trepa,
a gente tá fazendo a marca ser falada na gangorra.
— E isso dá certo?
(risadas)
— Bom, a maioria das brincadeiras que você conhece
são ações de nossos clientes,
— É mesmo?
— Babaloo!
Babaloo da Califórnia, Califórnia babaloo.
Soldado, sentido, balança o seu vestido.
— Isso, vocês que criaram?
— É, eu inventei
O Babaloo da Califórnia, Califórnia Babaloo.
— É mesmo?
— E foi isso simplesmente que foi que botou o Babaloo no topo das vendas de chiclete,
nos anos 80, 90,
riscou o Ploc do mapa, riscou Ping Pong do mapa.
— Legal.
Tem outra também assim, essa ficou conhecida?
Tem outra conhecida também?
— Você deve conhecer também, uma nossa que é clássica.
Ah!
Adoleta, lê pêti, pêti pô lá,
"Nescafé"
— Com chocolá.
— Com chocolá, - Sim...
Adoleta, puxa o rabo do tatu, quem saiu foi tu...
— Também? Aqui?
Vocês também?
Legal!
Mas ai o Nescafé tentou vender
café pra criança no caso?
— É, no caso a gente,
inclusive a gente ganhou o Tamanduá de Chiclete com essa ação,
mas nem passa pelo MEC, né?
ninguém fica sabendo disso.
— Quem surfa muito nessa nessa onda é o tráfico de drogas.
— Não entendi! Tráfico?
— De drogas.
— Drogas?
— Pedra, papel, tesoooooura.
Você acha que foi quem que botou isso?
Pedra,
papel,
tesoura pra desperlotar maconha, isso é.
Isso é marketing viral dos caras, meu.
— Caraca.
Mas ai vocês já estão com alguma coisa em mente
pro futuro já, uma próxima campanha?
— Ypióca.
— Ypióca a cachaça?
— Isso.
Então, a Ypióca tá tentando se posicionar nesse mercado, porque
o que eles viram aqui, quando perguntam para uma criança
Cachaça.
O que é que a criança fala?
Ela fala Velho Barreiro,
Tá falando Sagatiba.
Num fala Ypióca.
— Entendi.
e aí você já criaram então,
devem ter criado alguma coisa pra abordar essas crianças.
— "Me dá uma beijoca,
pega a tapioca,
tomando Ypióca,
junto com pipoca,
melhor que mandioca,
Uoouououououo..."
— Meu Deus.
— Isso era o briefing deles
que era tá linkando com outras rimas,
sem nunca tá falando piroca,
a piroca tá sempre ali subjacente.
— É legal essa dança ai, vai pegar.
Vai pegar.
Vocês agora só precisam de um profissional
por que vai, né? pra...
— No caso você.
— Não, eu não.
Eu?
— É você, sua função que a gente botou
"difusão de marketings" é isso.
— Não, mas, deixa eu explicar, eu não tenho noção, num
eu não sei fazer isso não,
tenho nem estrutura pra fazer essas coisa com...
— Amigão olha só, o cara do Babaloo falou a mesma coisa.
então... te vira.
— Não gente, mas... gente.
— Marizete.
Oi, olha só, quando chegar o pessoal do Malboro, você manda entrar.
— Vermelho, preto, azul,
vou buscar o meu tesouro,
bate forte igual um touro,
esse é o meu Malboro.
- Dona Márcia, foi na farmácia,
sem receita fazer pirraça.
o balconista se distraiu,
ela fugiu com o Rivotril.
- É preto, é branco,
é homem e mulher,
não sei mais o que é,
Bolso, bolso, bolsonaro!