Vlad Drácula, o Empalador: os Grandes da História #3
Salve meus cavaleiros, Thiago aqui, sejam muito bem vindos ao Impérios AD.
Fala sério, ficou empolgadasso com o título né?
Vlad Drácula, o vampirão macabro, o sanguessuga do mal, e você finalmente vai ver um vídeo
sobre a história dele né?...
Só se for em outro canal. É porque o verdadeiro
Drácula não tem nada a ver com a ficção e nem com o vampirinho que a galera curte.
A única coisa em comum é que o verdadeiro Vlad também gostava de sangue, mas não de
beber sangue, de derramar sangue...
E muito sangue...
E a prova disso tá nos apelidos fofos que o cara tinha:
O 1º era Vlad III Drácul,
que em romeno significa “dragão”, e o
2º era Vlad Tepes, que em romeno significa “Empalador.”
Então um cara que tinha um apelido de “dragão”
e outro de “empalador”, não tinha como ser de boa, nunca!
Mas é como eu sempre
digo aqui, e eu vou repetir de novo: a história tem sempre dois lados ou mais,
e a forma como Vlad era visto,
dependia de quem via. Pra uns ele era um servo do mal nascido pra
tocar o terror na humanidade;
pra outros ele era apenas um cristão devoto que queria proteger
seu povo contra...
“Toc Toc.."
Os Otomanos!”
Mas antes de ficar furioso e sair matando turcos, Vlad tinha que nascer,
e ele nasceu, aqui, na Valáquia ou Transilvânia, províncias históricas da Romênia, em 1431.
E como diz o ditado, filho de dragão, dragãozinho é: porque seu pai foi o primeiro drácula,
Vlad II, pai do nosso Vlad, o III. Vlad II era um dragão porque entrou para a Ordem
do Dragão, uma irmandade cristã nervosa que queria acabar com os Otomanos na Europa,
e preferencialmente no mundo.
Vlad II era influente e poderoso, e depois
que seu meio irmão Alexander I morreu, ele se tornou o governador da Valáquia.
Mas ser governante, rei, imperador na Europa não significava nada, porque outro, governante,
rei ou imperador na Europa podia pegar o seu.
E foi isso aí que aconteceu, quando os húngaros
meterem o pé no forevis dele e o expulsaram da Valáquia.
Revoltado com isso, ele resolve
desabafar com esse cara aqui, Murad II, Imperador dos Otomanos, e no século XV uma conversa
entre um governante europeu traído e um sultão otomano, nunca poderia acabar bem pra Europa.
Pro império otomano não tinha nada mais gostoso e gratificante do que ver os reinos
europeus se despedaçando e se auto destruindo, e dar uma ajudinha nisso aí era uma diversão
para os turcos.
Mas se o Império Otomano dá; o Império Otomano tira.
O sultão Murad
queria invadir a Transilvânia e pediu o apoio à Vlad II, que negou.
Decepcionado, Murad
chama Vlad II à Galípoli para prestar esclarecimentos, e ele vai com seus dois filhos, Vlad III e Radu,
e levar os moleques foi um erro terrível:
Vlad II aceitou pagar tributos ao Imperador
turco e foi solto, mas Vlad III ficou preso com seu irmão em Galípoli, e com apenas
11 de idade, sua vida mudaria para sempre.
De dentro do Império Otomano, eles aprenderam
várias coisas interessantes como a língua turca, matemática árabe e até liam o Alcorão.
Os irmãos Vlad e Radu eram muito diferentes;
e aceitavam de forma diferente os ensinamentos muçulmanos, e logicamente o tratamento que
cada um recebia também era diferente.
Vlad não aceitava a fé islâmica nem a pau,
e enquanto seu irmão se converteu a fé islâmica e até serviu na corte do sultão...
Vlad, só dava dor de cabeça para os turcos.
Mas foram os métodos de tortura animalescos e brutais usados pelo Império Otomano
que mais deixaram marcas no jovem europeu,
literalmente.
Mas até que os turcos admiravam a teimosia do
cara, mas admiravam mais ainda que o papai dele pagava seus tributos em dia para o Imperador
Otomano, e enquanto isso continuasse acontecendo, todo mundo ficava de boa e em paz.
Mas em 1447, A Hungria invade a Valáquia de novo, e mata Vlad II e seu filho mais velho,
Mircea e toma a Valáquia.
Isso enfureceu Vlad, que os puniu severamente!
Ele aproveita que os húngaros fazem uma campanha contra os Otomanos no ano seguinte, e com a ausência
do exército ele invade a Valáquia e toma a região de volta, com apenas 16 anos.
Mas depois que os Húngaros perderam a batalha de Kosovo, Vladislau II volta pra Valáquia
com seu exército e expulsa Vlad de novo, que dessa vez vai para a região da Moldávia,
para viver com seu tio.
Vlad foge de novo, dessa vez para a Transilvânia,
onde é acolhido por um governante chamado João Corvino,
que era turcofóbico até a alma, e tava irado com a Vladislau II que tocavo o terror na Transilvânia,
queimando vilarejos e querendo dominar tudo.
Por isso, ele apoia Vlad em uma campanha para
tomar a Valáquia de volta, o que finalmente acontece em 1456, quando Vlad III derrota
Vladislau II, pessoalmente, e na base da porrada.
João Corvino sabia da importância da Valáquia
para proteção da Europa, e treinou Vlad a pensar da mesma forma,
principalmente depois da maior tragédia da cultura ocidental:
A Queda de Constantinopla, em 1453.
Nada, nem ninguém parecia capaz de parar o rolo compressor otomano...
parecia, porque com Vlad no poder,
o bicho ia pegar.
Ele parte para ajudar seu primo a recuperar
seu trono na Moldávia, e agora os dois governantes se uniriam para formar uma parede indestrutível
contra a invasão turca nos Balcãs.
Mas antes de se concentrar nos turcos, Vlad tinha assuntos antigos para tratar:
Os mais velhos eram empalados na frente de suas famílias, enquanto os mais novos viraram
escravos na construção do seu castelo.
E quando o trabalho duro dos escravos finalmente terminava:
Dezenas de pessoas morreram empaladas com a vingança de Vlad...
Mas se você tá achando que Vlad era cruel, não tema...
ele vai ficar muito pior!
Ele criou uma série de regras de conduta que o povo tinha que obedecer, e se o povo
não obedecesse:
No caso das mulheres fornicadoras, elas eram empaladas pela vagina e tinham seus seios
cortados fora, e seus parceiros eram obrigados a comer.
No caso dos mendigos, ele resolveu usar um método diferente:
Por que ele faria isso com pobres mendigos?
Porque para ele, pobreza era um flagelo para seu reino.
Com seus problemas de casa resolvidos, agora ele podia se concentrar no seu maior inimigo:
o império otomano.
Ele se une à Matias Corvino, filho daquele João Corvino
e com a benção do papa Pio II, declaram uma Cruzada em 1460 para recuperar Constantinopla,
só que nenhum outro reino cristão apoiou.
Mas enquanto isso, o Império Otomano avançava
pela Sérvia e conquista a cidade de Semêndria, que era governado pelo húngaro Michael Szilágyi,
que foi considerado um espião; e espiões no Império Otomano eram...
serrados no meio.
Mas o que os otomanos não sabiam é que sarrando o cara no meio, eles estavam serrando no meio
um amigo pessoal de Vlad...
e aí, você imagina, coisas não muito boas aconteceriam com os otomanos.
Agora, para Vlad Drácula, a treta com os otomanos era pessoal.
Mas o sultão, já tinha dominado Constantinopla, Corinto e agora queria a Valáquia de Vlad também.
Então ele envia alguns emissários pedindo a Vlad 10,000 ducados e 500 homens
como sinal de submissão:
Ele martela a cabeça dos enviados com prego, chapéu e crânio tudo junto.
Só que o Sultão Maomé II não consegue acreditar nisso e envia mil cavaleiros, para trazer seus emissários
de volta, mas são emboscados pelas forças de Vlad e acabam...do jeitinho que Vlad gostava!
Agora era a vez de Vlad atacar: ele chegava pacificamente em fortificações turcas e
falando turco e pedia pros caras abrirem os portões.
E os caras abriam!
E o que acontecia depois o próprio Vlad conta para seu amigo Corvino essas palavrinhas aqui:
“Nós matamos 23,884 turcos, homens, mulheres, crianças, velhos,
jovens, sem contar os que queimamos nas casas,
e os que cortamos as cabeças.”
O sultão envia 150,000 soldados pra acabar com
a Valáquia e consquistar as terras de Vlad de uma vez por todas!
E mesmo com só 30 mil soldados, Vlad consegue fazer uma
arruaça com o exército otomano, contaminando poços de água, e até enviando pessoas
com peste bulbônica pro meio do acampamento.
Era uma bagunça!
E com isso mais de 20 mil turcos foram mortos,
com centenas de turcos deixados empalados
que causariam um terror para o Sultão e para o exercito que os veriam.
Quando o sultão viu aquela cena horrorosa, disse:
“um homem que faz coisas desse tipo, vale muito!”
Cercado, e sem alternativa Vlad vai a Hungria onde é traído por seu amigo Matias Corvino que queria
ser Imperador do Sacro Império Romano,
e pra isso ele precisava arrumar a bagunça na região dos balcãs.
E a bagunça tinha nome e sobrenome:
Vlad Teppes
Depois de 4 anos preso, Matias solta Vlad e deixa que ele case com sua prima,
mas deu instruções claras que ele não deveria voltar para a Valáquia,
e o que você acha que Vlad fez?
Voltou pra Valáquia,
Mas quando os turcos souberam disso,
atacaram com tudo, e com 4 mil soldados,
por mais brabo que Vlad fosse,
não podia fazer mais nada.
Vlad foi derrotado e morto pelos otomanos e sua cabeça cortada e levada a Constantinopla
como prova e o maior troféu do Império Otomano do seu maior e mais terrível inimigo
Sua postura agressiva e implacável deixou um legado de resistência na Europa contra
a invasão turca, mas ao mesmo tempo deixou um rastro bizarro de cadáveres que até hoje
impressiona: 80 mil pessoas mortas, 20 mil empaladas, decapitadas e queimadas,
e até cozidas vivas.
E hoje na Romênia, ele é visto como um herói nacional que se
levantou contra os otomanos e lutou para preservar a religião e identidade europeia.
Viu?
Se alguém é vilão ou herói na história, bem, só depende dos olhos de quem vê.
Obrigado por assistir, um grande abraço se cuida e
Adeus!