A Batalha de Diu: Batalhas Decisivas #4
Salve meus cavaleiros, aqui é o Thiago... Sejam muito bem-vindos ao Impérios AD.
Até onde você iria para vingar a morte do seu filho?
No século XVI, um pai foi longe demais pra fazer
os assassinos do seu filho pagarem!
Pra ele vingança não seria um prato que se come frio:
seria um prato que se come de qualquer jeito.
Desafiando as ordens do seu Rei, ele
foi pessoalmente buscar vingança, e mostrou ao mundo que não tem nada mais perigoso do
que um homem que não tem mais nada a perder.
Ele não só vingou seu filho,
ele foi o responsável por criar o primeiro Império Global da História,
e ao mesmo tempo ensinando a Europa que só tinha
um caminho para o topo do mundo:
o poder marítimo!
Tudo isso em uma batalha decisiva:
A Batalha de Diu!
No início do século XVI, nada nem ninguém parecia capaz de desafiar a riqueza
e o poder dos estados islâmicos.
Até que uma pequena nação no extremo ocidente europeu fez o
inimaginável:
navegou o Atlântico e chegou no Índico.
E quem escreveu essa história imortal foi ele, Vasco da Gama...Desculpe...Ele! Imagine
Imagine a alegria dele em pisar em solos indianos pela primeira vez
e ter acesso a toda riqueza do Oriente:
Os objetos valiosos dos portugueses não valiam nada pro Samorim,
que prendeu alguns marinheiros de Vasco, e o fez esperar dois meses intermináveis nas
Índias, obrigando Vasco a fazer vários favores, antes de finalmente libertar os prisioneiros,
carregar os navios e deixá-los voltar a Lisboa.
Toda essa espera deixou Vasco muito...
magoado!
E o Rei Manuel I sabia que tinha que mudar sua abordagem comercial na Índia, porque
como diz o ditado, “tempo é dinheiro.”
Então o Rei manda ele, o descobridor dos
descobridores brasileiros, Pedro Álvares Cabral:
depois de dar uma chegada acidentalmente
intencional aqui, ele parte pra aqui com um plano de ação muito claro:
Os portugueses deixaram claro suas intenções:
ou faziam comércio por bem, ou por mal!
Até 1508 os portugueses já tinham estabelecido portos comerciais em várias áreas do Oceano Índico.
E eles cresciam, dominavam, conquistavam e enriqueciam até que:
Toc Toc,
quem é?
Os venezianos, otomanos, mamelucos e indianos!
Entrar no oceano Índico sem ser convidado
era entrar num ninho de vespas
Então, as potências islâmicas e Veneza se aliam para
expulsar os portugueses de uma vez por todas do Índico.
Afinal, Portugal era pequeno demais
para resistir a uma coalizão de estados tão grande assim;
o que poderia dar errado?
Então, os aliados partem para Chaul, uma cidade indiana que estava sob o controle de
um jovem cavaleiro português chamado Lourenço de Almeida.
Na Batalha de Chaul em 1508, Lourenço
de Almeida é despedaçado por balas de canhão e seu corpo nunca mais foi encontrado.
Mas eles não queriam matá-lo, porque eles sabiam que matando Lourenço, eles estavam matandoo filho de...
Toc Toc,
quem é?
Francisco de Almeida!
Os estados islâmicos cometeram um erro imperdoável, e sabiam disso:
O motivo do pânico muçulmano era justificado:
Do lado dos muçulmanos, 800 lutaram
e 700 morreram.
A vitória em Chaul
não deixou alívio no mundo islâmico, deixou o medo: eles sentiram o que a fúria portuguesa
era capaz de fazer, mas sabiam que o pior ainda estava por vir.
Isso ficou claro na carta desesperada de Malik Ayaz, governador de Diu, que implorava misericórdia
e a amizade do vice-rei português.
E a resposta de Francisco de Almeida foi clara e objetiva:
Dezoito navios e 1.200 homens: Francisco de
Almeida tinha reunido a força naval mais poderosa da história do Oceano Índico.
Ele queria os muçulmanos prontos e preparados para seu último ato como vice-rei de Portugal.
Desesperado, o governador de Diu busca apoio de todos os lados: Império Mameluco, Reino
de Calecute, Veneza e o maior deles: o Império Otomano.
Eles reuniram duzentas galés de
guerra e mais de 5 mil homens.
Agora o Oceano Índico seria o palco de uma das mais importantes
batalhas navais da história.
Quando os portugueses chegaram em Diu em 3
de fevereiro de 1509, a frota muçulmana já estava pronta no canal, com um grande apoio
de artilharia terrestre.
Então Francisco de Almeida decide colocar o seu melhor e maior
galeão, o Flor do Mar, na saída do canal, bloqueando a saída de dezenas de galés.
Francisco de Almeida dispara o tiro que dá início a batalha!
Disparos começam de ambos os lados.
Só que o jogo vira quando o galeão Santo Espírito
inicia uma manobra militar inovadora: os artilheiros posicionam seus canhões rentes ao mar, dando
disparos que faziam as balas ganharem altura e ao mesmo tempo levantavam uma cortina de
água que dificultava a visão inimiga.
Uma chuva de balas descia sobre a coalizão que
estava encurralada:
Enquanto isso, Francisco de Almeida e o Flor
do Mar castigavam as galés no canal que não resistiam ao bombardeio e não tinha outra saída:
o navio disparou mais de 600 balas sobre os inimigos, afundando dezenas deles
e fazendo outras dezenas fugirem de volta para Calecute.
Nesse bombardeio, o navio bandeira
de Diu foi capturado, e o restante da frota entra em pânico generalizada:
desse momento
em diante a guerra estava perdida para os muçulmanos:
Todos os navios foram destruídos,
com exceção de 4 carracas indianas, que foram invadidas e capturadas pelos portugueses.
Eram o fim da Batalha de Diu!
Mas a vingança de Francisco de Almeida estava
longe de terminar:
Em memória da morte de seu filho, ele ordena que dezenas de prisioneiros
mamelucos sejam literalmente explodidos em pedações por seus canhões, muitos deles
explodidos dentro dos próprios canhões;
outros eram queimados vivos, outros foram
amarrados em navios e afundados, outros foram obrigados a matar uns aos outros, vários
deles foram esquartejados e tiveram seus membros espalhados pelo portão da cidade,
e Almeida explica o porquê:
O governador de Diu oferece rendição e vassalagem
incondicional ao rei de Portugal, devolve os prisioneiros bem vestidos e cuidados e
uma indenização grandiosa.
Agora Portugal dominaria sozinho a maior parte do comércio
oriental, destruiria a antiga rota da Seda, levaria Veneza e dezenas de estados islâmicos
a falência, e se tornaria a primeira superpotência global,
tudo isso graças a Batalha de Diu!
Para os muçulmanos que assistiam seu mundo afundar, a vitória portuguesa só podia ser
pela vontade de Deus, e não havia mais nada que eles pudessem fazer:
os portugueses chegaram
no Oceano Índico, e pra ficar!
Agora eu te pergunto só uma coisa:
como que não fizeram um filme dessa Batalha ainda!?
É porque a Batalha de Diu tem tudo que um filme épico precisa ter:
um pai que perde seu filho,
e desobedecendo às ordens do seu próprio rei,
vai em busca de vingança, contra inimigos extremamente poderosos
e no final consegue elevar seu pequeno país ao status de superpotência global?
Fala sério!
Quem que é Leônidas perto de Francisco de Almeida; mano?!
E o mundo acadêmico concorda com isso:
o especialista americano em história militar William Weir no seu livro
50 Batalhas que Mudaram o Mundo, coloca a Batalha de Diu na sexta posição, atrás
apenas da Batalha de Maratona, A Rebelião de Nika, Bunker Hill, Arbela e Hattin.
E como ele próprio diz, “os muçulmanos estavam prestes a dominar o mundo no século XVI,
mas essa perspectiva afundou no mar de Diu.”
E não é à toa não: o Reino de Portugal
parece ter sido o primeiro a entender que o Planeta Terra era 70% água, e que dominar
os mares, significaria dominar o mundo:
com seus dragões de madeira cuspindo fogo, eles ensinaram
aos espanhóis, holandeses e ingleses qual era o caminho para o topo do mundo:
De 1500 em diante, todas as potências mundiais seriam potências navais!
Mas a Europa tinha que aprender essa lição bem rápido, porque
um velho inimigo sedento de conquistas, estava invadindo a Europa novamente com tudo!
E o Mar Mediterrâneo seria o palco de mais uma Batalha Decisiva.
Muito obrigado por assistir, um grande abraço,
se cuida e Adeus!