Por que Jerusalém é chave para o conflito entre israelenses e palestinos
De todos os elementos do conflito entre israelenses e palestinos, a cidade de
Jerusalém talvez seja o mais complicado e o mais sensível, por seu simbolismo.
Eu sou Camilla Veras Mota, e neste vídeo vou falar sobre a disputa pela
cidade sagrada.
Este vídeo é o último de uma minissérie sobre o conflito entre Israel
e os palestinos.
Se você não viu os dois anteriores, confira pelo link de descrição do vídeo.
Pois bem, a cidade de Jerusalém é sagrada para judeus, muçulmanos e também
para cristãos.
Pra Israel, é sua capital "eterna e indivisível", e o país reivindicou soberania
sobre toda a cidade depois de tomar a parte oriental em 1967, após a Guerra dos Seis Dias
As Nações Unidas declararam essa anexação nula e sem efeito e, desde
então, ratificaram essa decisão várias vezes.
Por outro lado, Jerusalem é reivindicada pelos Palestinos como capital
de seu futuro estado.
Hoje, os palestinos vivem divididos em dois territórios que não se comunicam, separados
pela ocupacao israelense, a Cisjordania e a Faixa de Gaza.
Tanto a Autoridade Nacional Palestina, que governa parte da Cisjordânia;
como o Hamas, que tem o poder na Faixa Gaza, querem parte de Jerusalém como capital.
Atualmente, a maioria dos Estados membros das Nações Unidas defende que a
questão de Jerusalém deve ser resolvida por meio de negociação.
E, por isso, instalaram suas embaixadas em Israel na cidade de Tel Aviv,
enquanto Ramallah é a capital administrativa dos territórios palestinos.
A decisão de não abrir seus postos diplomáticos de Israel em Jerusalém se dá porque, caso
o fizessem, esses países estariam confirmando o controle
único da cidade pelos israelenses.
Mas vamos entrar em Jerusalém.
Vamos ver como está dividida, para entender por que a cidade é tão relevante para cada
religião.
Na cidade velha fica a Igreja do Santo Sepulcro: ali, para os cristãos, está o Calvário onde
Jesus foi crucificado e também o seu túmulo.
É o lugar mais sagrado do cristianismo.
Mas há também a Mesquita Al-Aqsa e o santuário Domo da Rocha, que é o lugar
de onde, para os muçulmanos, Maomé subiu aos céus.
Este é o terceiro local mais sagrado do Islã, depois de Meca e Medina,
e faz parte da Esplanada das Mesquitas.
Mas sob esta esplanada fica o muro das lamentações, a única parte visível
do que, para os judeus, restou do Segundo Templo, o local mais importante para o judaísmo e o principal
santuário do povo de Israel desde o século 10 antes de Cristo.
Atualmente, a cidade inteira está sob controle israelense.
O plano da ONU de 1947 propunha deixar a cidade santa nas mãos da comunidade
internacional, mas seu status legal nunca foi definido.
E a recente decisão de Trump de mudar a embaixada dos EUA para lá não
facilita o entendimento entre as partes.
O governo de Jair Bolsonaro chegou a ameaçar, mas acabou não abrindo uma embaixada brasileira
em Jerusalém.
Continua em Tel Aviv.
O que está claro é que o status de Jerusalém seria um ponto-chave para um
possível pacto final entre israelenses e palestinos.
A cidade já foi palco de muitos conflitos.
E alguns deles, como vimos nos vídeos anteriores, desencadearam intifadas
- ou seja, revoltas - dos palestinos.
A questão de Jerusalém é um ponto importante no plano de paz recentemente
apresentado pelo presidente dos Estados Unidos e pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu
Os palestinos rejeitaram a proposta, entre outras razões, porque implicava sua
renúncia aos territórios ocupados por Israel — ilegalmente, segundo a maior parte da comunidade
internacional.
Mas, vendo que as relações entre esses povos têm sido extremamente complicadas
desde o início, seria possível chegar a um acordo?
Uma parte importante da comunidade internacional acha que os israelenses devem
apoiar a ideia de um Estado soberano para os palestinos e suspender o bloqueio a Faixa
Gaza, um bloqueio econômico e comercial imposto desde 2007, quando o Hamas ascendeu ao poder
na região, com uma consequente deterioração das condições de vida da população local.
E também que Israel deve remover as ocupações e as restrições de movimentação
na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
Por outro lado, a comunidade internacional também defende que os grupos
palestinos devem renunciar à violência e reconhecer o Estado de Israel.
Mas, no momento, não parece que o conflito entre israelenses e palestinos
esteja perto de se resolver.
Obrigado por assistir a esta série de vídeos.
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