Dezesseis: Patrícia & Flávio - Noite no Shopping
P – A gente subiu correndo as escadas.
Chegou lá na loja a grade já estava abaixada. A Flávia também estava com muito desejo de comer o biscoito e eu queria trazer de surpresa pra você, então a gente ficou desconsolada.
F - Mas qual biscoito, o de chocolate?
P – É, aquela lojinha que te falei, no 4 andar. Só que ela já tava praticamente fechada, não tinha mais nenhum biscoito pra vender quando chegamos.
F – Sério? Porque lá no quarto andar fecha tarde. É a última coisa a fechar, geralmente.
P – Não, a última coisa a fechar é a praça de alimentação. Essa lojinha fica no 4 andar mas em outro lugar.
F – É verdade, é tipo um quiosque que fica assim no meio do corredor.
P – Pois é! A grade já estava arriada. Aí eu falei: Moço, pelo amor de deus, você já recolheu tudo ou acabou? Ele falou: não, ainda tem alguns, a gente é que já recolheu. Ele mostrou os biscoitos que estavam guardados e tinha quase todos os sabores ainda!
F – Que bom! Então foi só um susto? Conseguiu comprar os biscoitos.
P – Consegui! E tinha o de chocolate que você pediu. Só não tinha aquele que vem com cobertura.
F – Tudo bem, esse também é ótimo. Acho que vou comer o meu agora.
P – Só esquenta ele um pouquinho antes porque a Flávia comeu o dela na hora e tava um pouco frio. É só colocar no forno um minutinho que já fica bom.
F – Ta legal. E vocês jantaram aonde?
P – Eu comi no McDonald's mesmo, pra dá tempo de olhar as vitrines. A Flávia comeu aquela batata recheada. Mas foi bom porque um restaurante é do lado do outro, então foi tranqüilo.
F – E vocês foram fazer o que lá mesmo, além de olhar as vitrines?
P – Eu fui comprar umas roupas pra usar pra ir trabalhar, roupas pro dia-a-dia. Uma coisa mais confortável e básica mesmo.
F – Aproveitou que recebeu o salário, né?
P – Pois é! Primeiro eu fui logo na Zara, mas as calças lá estavam muito caras. Então eu resolvi ir na Renner. Foi ótimo porque eu encontrei uma calça lá bem parecida com a que eu ia comprar na Zara, só que tava pela metade do preço. Eu ia parcelar a calça mais cara em duas vezes, acabei comprando duas na Renner e paguei a mesma coisa. Comprei duas calças pelo preço de uma. Valeu super a pena.
F – E a Flávia foi com você só pra fazer companhia?
P – Mais ou menos, ela queria também ver se achava uma calça jeans pra ela. Ela foi em várias lojas mas não gostou de nenhuma calça. Quando gostava não tinha um tamanho bom pra ela. Mas ela acabou comprando umas blusinhas.
F – Pra não perder a viagem, né? Já que estava no shopping, não pode sair de mãos abanando...
P – Não tem jeito. Ainda mais com o salário no bolso, a gente sempre acaba achando alguma coisa que tava precisando.
F – Sei, vocês não são fáceis...
P – Ah, sabe aquele sapato que eu falei que vi quando sai com a Carol, que eu disse que era super confortável e com umas cores bonitas?
F – Sei.
P – Então, eu voltei nessa loja e não tinha quase mais nenhum pra vender. Venderam praticamente todos! Só ficaram uns com umas cores não tão legais, sabe?
F – Mas estava em promoção, ou algo assim pra vender tão rápido...
P – Não! Nem tava. Acho que é porque é novidade mesmo. Vendeu quase tudo! Eu até ia comprar mas agora vou esperar chegar mais, porque as cores que tinham ainda eu não gostei, eram meio esquisitas.
F – Entendi... e você falou que a Flávia está indo pra São Paulo, né? Ela vai a trabalho ou só passear mesmo?
P – Ela vai encontrar com o namorado, o Conrado. Ele é representante comercial e foi pra SP buscar alguns produtos novos. Ela passou a semana inteira lá participando de uma Feira de Brindes, expondo os produtos que ele vende e fazendo contatos novos.
F – Que bom! Essas feiras em SP são muito boas. Mas então ele resolveu esticar a viagem e ficar o fim de semana lá?
P – É, na verdade ele ainda ter que fazer algumas visitas lá, ir em algumas lojas. Aí ele resolveu chamar a Flávia pra lá, pra eles passarem o final de semana juntos lá. Ele vai levar a Flávia na rua 25 de Março, que ela é louco pra conhecer.
F – Ela nunca foi, é? Ela vai ficar maluca com tanta coisa vendendo e tudo muito barato. P – E com ele é bom porque ele conhece tudo, né? Lá é enorme, tem um milhão de lojas, é bom ir com quem já conhece senão você se perde no meio de tanta coisa.
F – Ele conhece bem a 25 de Março é? Ele compra lá normalmente?
P – Compra à beça lá. Ele vai sempre na 25 de Março. Muitos produtos que ele vende, vem de lá.
F – Entendi. Ele compra e traz pro rio e revende nessas lojas de brindes, tabacarias, papelarias,...
P – Principalmente para papelarias, porque são coisas pequenas, baratas e diferentes. E na 25 de Março o que mais tem são esses tipos de produto. E lá é tudo muito mais barato que em qualquer loja, porque também eles só vendem em quantidade. Por isso tem que ir com alguém que conheça.
F – É, e tem a questão da segurança também, né? Não pode ficar muito distraído olhando os produtos senão roubam o que você já comprou.
P – É, tem que ficar de olho. Não pode deixar de prestar atenção na sacola senão quando você for olhar sua sacola está vazia, levaram tudo que tem dentro.
F – Apesar que eu ouvi que tinham colocado seguranças na 25 de Março e nas ruas em volta, mas mesmo assim, com a quantidade de gente que passa lá por dia, não pode bobear.
P – É... Mas então ela vai amanhã depois do trabalho, já combinou com a chefe dela e deve vai sair um pouco mais cedo.
F – Ela vai de ônibus ou de avião?
P – Vai de ônibus. Ela vai do trabalho direto pra rodoviária, pega um ônibus e o Conrado vai buscá-la de carro na rodoviária de São Paulo.
F – Ah, ele foi de carro? Achei que ele tivesse ido de avião.
P - Nada, foi de carro. Eles vão voltar juntos no carro dele. É bom que ele assim não precisa voltar sozinho
F – Que ótimo! Tiveram uma boa idéia mesmo.
P – E olha que legal. O Conrado, quando ele vai pra SP a trabalho, ele fica num hotel barato. Só que a Flávia resolver olhar uns hotéis melhores pro fim de semana, pra eles curtirem juntos. Você não vai acreditar: ela conseguiu um hotel muito bom e por um preço menor do que ele tava pagando.
F – Que isso, como é que ela conseguiu isso? P – Ela falou com os hotéis que normalmente atendem a gente pela agência de viagem. Ela conseguiu uma tarifa especial pelo fato do hotel ter alguns quartos vagos ainda e um desconto final no preço por ela trabalhar na agência. E o hotel é muito bom! Tem piscina, sauna, café-da-manhã incluído. E a localização é muito boa também.
F – Que ótimo, hein! Parece que vai ser bem divertido.
P – Ela tá toda animada, só falava disso no shopping.
F – E vem cá, estava muito cheio o shopping hoje?
P – Não, tava vazio, tava ótimo! F – Estranho, né? Normalmente quinta-feira já fica cheio.
P – É, mas tava vazio, não tinha quase ninguém.
F – É, eu voltei de metrô hoje e também tava vazio. Normalmente nesse horário que eu peguei costuma ser bem mais cheio.
P – Que estranho... Hoje tá tendo jogo de futebol, né? Do Fluminense.
F – Ah, pode ser isso. Bem que eu vi que tinha um monte de gente com camisa do Fluminense no Centro.
P – É, e olha que coincidência. Eu sei que está tendo jogo do Fluminense porque a gente encontrou com a Adriana no shopping. Ela falou que o namorado dela tinha ido pro jogo. Ela estava no shopping esperando por ele, eles iam jantar no Spoletto.