SEM CARNAVAL | EMBRULHA PRA VIAGEM
Oi, turma.
Olha a beija-flor aí gente, chora cavaco.
Esse ano o cavaco não chora,
quem chora são os amantes do carnaval, né?
Que no caso, eu...
não sou,
respeito quem é, mas eu não sou.
E a nossa reflexão de hoje é justamente sobre a falta
que faz o carnaval na vida das pessoas.
Como eu disse, eu não sou um grande amante do carnaval,
mas tem milhares de pessoas que sim, né?
Eu gosto mais de estragar meu feriado na estrada,
no trânsito, com aquele calor infernal,
com crianças gritando no carro e a Eleonor estressada.
Até finalmente chegarmos na casa,
que nós alugamos pelo site
e que nunca é tão bonita quanto as fotos.
A Eleanor sempre briga comigo,
mesmo tendo sido ela que fechou a casa,
Todo ano é a mesma coisa.
Mas vamos voltar a falar dos foliões.
Nós temos vários tipos de foliões.
Tem aqueles que gostam do bloquinho de carnaval,
Jesus Cristo.
Tem os que gostam de desfile de escola de samba,
Rio de Janeiro, São Paulo.
Tem outros que vão pra Bahia, né?
Lá na pipoca, com aquelas milhares de pessoas.
Esses eu tenho um pouco mais de dificuldade de entender,
mas respeito.
Hoje, por exemplo, um carnaval na Bahia,
seria praticamente um simpósio internacional do Corona Vírus.
Eu acho que teria tanta mutação do Corona Vírus lá,
que na quarta-feira de cinzas,
o Corona já poderia ser visto ao olho nu, né?
Seria uma bolinha assim,
ia parecer um pokemón no Pelourinho.
Você não precisaria nem fazer teste
pra saber se tá com Corona,
porque ele ia tá assim no seu ombro.
Então, esse ano é melhor a gente ficar quietinho em casa mesmo.
Vou ser bem sincero com vocês,
eu acho que se a televisão transmitisse um carnaval aí
de 2007, de 2008, mesmo de 2004,
ninguém ia nem notar, que tivesse em casa,
que tava sem carnaval,
porque eu acho tudo sempre absolutamente a mesma coisa.
Às vezes, a Eleonora me chama correndo
e fala "olha, como a Portela tá linda"
Aí eu vou olhar
e eu acho que a Portela tá igualzinha ao ano passado.
Ou até que a escola que veio antes dela.
Tudo igual, aquelas baianas bonitas girando,
aquelas pessoas com roupa de pavão, acenando em cima do carro alegórico
que geralmente é uma pomba, um gavião ou um dragão,
bonito que fica girando assim.
O mestre-sala em volta da porta-bandeira que dança igualzinho todas as outras.
Aquela bateria maravilhosa,
que toca sempre a mesma batida durante anos.
Ainda tem gente que dá nota 8,5 pra uma
e 9 pra outra.
Não dá pra entender nada.
Mas, enfim, fica a dica aí,
passa o carnaval de uns 10 anos atrás,
que ninguém vai notar a diferença.