A Importação de Lixo de Hospital Resulta em Crimes
Radialista: Professor esse episódio bizarro, né? Dessas... desses resíduos eh ... de hospitais, vindos dos Estados Unidos em grande quantidade, chegando aqui no Brasil. Como é que o senhor viu este episódio?
Professor: Isso é uma vergonha Beth, isso é uma vergonha. Tão trazendo lixo de hospital; isso aí é tudo errado. E o pior, e o pior, trazendo lixo, e ainda pegando esse tecido e fazendo produtos pros brasileiros usarem. E o pior de tudo, também, são empresários brasileiros fazendo um negócio desse, e vendendo pra gente comum aqui, como a gente aqui. E a gente correndo um risco desgraçado de pegar uma doença séria. Sabe-se lá que doença foi lá que o cara teve, lá nos Estados Unidos usando esses lençóis, usando esses panos. Que tipo de doente foi envolvido? E, de repente, chega aqui pra gente e a gente pensando que esse fundo de bolso nosso aqui... que estão fazendo fundo de bolso com esse negócio aí. A gente não sabe o quê que é, a gente coloca a mão e pode pegar uma doença brabésima aí, e não sabemos como.
Radialista: Nossa professor! Assustador. O senhor sabe que eu.. eu até nem, nem tinha pensado nisso mais profundamente. Até ouvi ontem a microbiologista dizendo, que de um modo geral, né, os microrganismos que causam a doença, não resistiriam a uma boa lavada, a uma passada de ferro quente. Mas, que não se sabe, né? Como não se sabe que tipo de microrganismo esteve envolvido nesses lençóis ou está ainda. Existem coisas que nós nem conhecemos. O perigo persistiria. Quer dizer que o senhor confirma isso? Quer dizer, mesmo lavando, passando, isso não nos garante estar completamente livre de uma contaminação de um microrganismo até não conhecido?
Professor: Exatamente, porque lavar, passar, lavar com água quente, passar com ferro quente, você pode eliminar alguns tipos de bactérias, alguns tipos de micróbios, mas você não garante que você está descontaminando completamente. Você não garante isso, você não garante. Tanto, que esse negócio é totalmente proibido.
Nós temos uma convenção internacional, e temos legislação brasileira que não nos permite fazer esse tipo de reuso de produto. Porque tem coisa, Beth, que a gente não consegue matar com água quente, ou com sabão, com outros produtos químicos, depois passando ferro. E não tem não, não tem, não tem, não tem. E quero lembrar todo mundo, que esse tipo de coisa não pode ser reutilizado. A lei é muito clara, ela determina que esse tipo de produto contaminado com matéria de hospital tem que ser incinerado, tem que ser queimado, triturado. Ele não pode ser reutilizado de maneira nenhuma.
